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O pan-africanismo é um movimento de caráter social, filosófico e político, que busca defender os direitos do povo africano através da construção de um único Estado soberano.

Pan-africanismo é o nome dado a uma ideologia que acredita que a união dos povos de todos os países do continente africano na luta contra o preconceito racial e os problemas sociais é uma alternativa para tentar resolvê-los.

Apesar de elencar como uma de suas prioridades a união entre os diferentes países africanos, a ideia de união pan-africana não nasceu no continente negro. Aliás, teve sua origem muito longe: no continente americano. Um de seus principais líderes foi Henry Sylvester Willians, um advogado de Trinidad que conseguiu organizar a Primeira Conferência Pan-Africana em 1900, na cidade de Londres.

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Essa conferência teve como objetivo primordial a criação de um movimento que gerasse um sentimento de solidariedade com relação às populações negras das colônias. Sylvester Willians era um dos vários intelectuais negros da região do Caribe e sul dos Estados Unidos que juntos buscavam uma condição mais digna para as populações negras das áreas colonizadas.

Uma das primeiras resoluções dessa conferência realizada em Londres foi em defesa dos negros da atual África do Sul que estavam sofrendo com o confisco de terras por parte de ingleses e de descendentes de holandeses (africânderes).

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A primeira Conferência Pan-africana em Londres, de 23-25 de julho de 1900

Outro líder importante nos primórdios do pan-africanismo foi Burghart Du Bois, que fundou a Associação Americana para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP) e, em seguida, organizou o Primeiro Congresso Pan-Africano em Paris, no ano de 1919.

Já em 1945, outro líder de Trinidad organizou na cidade de Manchester o V Congresso Pan-Africano, no qual foi aprovado um lema que mostrava bem o objetivo do movimento: “Resolvemos ser livres; povos colonizados e subjugados do mundo inteiro, uni-vos”.

A partir desse congresso tais ideias já criavam raízes e eram adotadas por vários líderes que viviam em território africano, sejam eles políticos ou intelectuais, que as colocariam em prática, numa luta em geral sangrenta contra os até então poderosos impérios colonialistas europeus, em especial França e Inglaterra.

Entre esses novos líderes, destacam-se: Jomo Kenyatta (Quênia), Peter Abrahams (África do Sul), Hailé Sellasié (Etiópia), Namdi Azikiwe (Nigéria), Julius Nyerere (Tanzânia), Kenneth Kaunda (Zâmbia) e Kwame Nkrumah (Gana).

A partir dessa ideologia foi criada a Organização de Unidade Africana (1963), que tem sido divulgada e apoiada, majoritariamente, por afrodescendentes que vivem fora da África.

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Dentre as propostas da ideologia está a estruturação social do continente por meio de um remanejamento étnico na África, unindo grupos separados e separando grupos rivais, por exemplo, tendo em vista que isso aconteceu durante a divisão continental imposta pelos colonizadores europeus. Além do resgate de práticas religiosas, como culto aos ancestrais e incentivo ao uso de línguas nativas, anteriormente proibidos pelos colonizadores.

Na realidade, o pan-africanismo é um movimento de caráter social, filosófico e político, que visa promover a defesa dos direitos do povo africano, constituindo um único Estado soberano para africanos que vivem ou não na África.

Os principais idealizadores da teoria pan-africanista foram Edward Burghardt Du Bois e Marcus Musiah Garvey.

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Edward Burghardt Du Bois

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Marcus Musiah Garvey

No ano de 2002 instituiu-se de maneira oficial a União Africana em substituição à Organização da Unidade Africana. No ano seguinte, a união tomou iniciativas agressivas em relação a possíveis soluções para as crises da região, além de incentivar a integração entre os países.

O objetivo da União Africana é implantar um continente livre para a circulação de pessoas, um Parlamento continental, um tribunal pan-africano e um Banco Central, para que no futuro possa circular uma moeda única, intenções pautadas nos moldes da União Europeia.

O fortalecimento da África no século XXI requer um enorme esforço, tendo em vista que o continente é assolado pela pobreza, miséria, guerras, doenças, corrupção. Portanto, erguer esse continente é um grande desafio e, por isso, o agrupamento dos países pode trazer resultados positivos.

Fontes:

http://www.educacional.com.br/reportagens/africa/parte-04.asp (adaptado)

http://www.brasilescola.com/geografia/panafricanismo.htm (adaptado)

Matéria do site http://maishistoria.com.br/pan-africanismo/

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