A luta contra o racismo ambiental no Rio Grande do Sul (RS) ganhou rostos e nomes que precisam ser conhecidos e valorizados. O Jornal Empoderado ouviu pessoas negras que estão fazendo a diferença, atuando em diferentes frentes para ajudar as comunidades afetadas pelas enchentes a se reerguerem. Embora muitas dessas histórias não ganhem visibilidade na mídia tradicional, é fundamental reconhecer o papel essencial que a população negra desempenha nesta região.
Ludymilla Chagas e o Ministério das Comunicações
O Ministério das Comunicações, sob a liderança do ministro Juscelino Filho, tem demonstrado grande sensibilidade diante das recentes catástrofes ambientais que atingiram o Estado do RS.
Ludymilla Chagas, assessora de Participação Social e Diversidade desse Ministério, é bacharel em Relações Internacionais e possui vasta experiência no suporte a cargos de gestão na inclusão da diversidade, sobretudo racial. Ela também tem pós-graduação em Direito Internacional dos Direitos Humanos, com foco em raça e gênero, e especialização em Gestão de Projetos Sociais.
Sobre as ações implementadas para ajudar a população afetada no RS, Ludymilla destacou a resposta do Ministério às necessidades urgentes da população gaúcha. Ela liderou um complexo processo logístico para coletar donativos, doações e outros tipos de apoio. “Utilizamos nossos caminhões e computadores para registrar as doações, contando com a colaboração de outros ministérios que também contribuíram”.
Em relação à logística de distribuição das doações para o RS, ela explicou que: “todos os itens foram encaminhados ao nosso superintendente estadual dos Correios aqui em Brasília. Realizamos a triagem e, com a ajuda dos Correios, enviamos esses donativos ao estado necessário.”
Além dos donativos, o Ministério enviou 93 computadores para 10 abrigos alternativos, gerenciados pela sociedade civil, que têm sido crucial no apoio e emissão de documentos para acesso às políticas assistenciais. “Esses abrigos têm atuado e incidido nesse apoio, facilitando a reemissão dos documentos e acesso às políticas assistenciais”, acrescentou Ludymilla.
O Ministério das Comunicações tem se colocado como um parceiro essencial na reconstrução da vida dos cidadãos afetados. “Dentro do que é possível, o Ministério das Comunicações tem se colocado como um parceiro no apoio à reconstrução da vida de cada um e cada uma”, finalizou Ludymilla Chagas.
Mariana Ferreira dos Santos e a Frente Nacional Antirracista
Mariana Ferreira dos Santos é uma das líderes da Frente Nacional Antirracista (FNA) no RS, ela falou sobre a vulnerabilidade das comunidades quilombolas. “Todos sabemos que o racismo ambiental afeta principalmente a população negra, empurrando-a para regiões mais vulneráveis. Diante disso, nos unimos à CUFA para levar doações a mais de 11 territórios quilombolas, ajudando as comunidades a enfrentarem as enchentes.”
A FNA também tem focado em ajudar os povos de terreiro, que representam territórios de resistência contra a intolerância religiosa e promovem a comunhão entre negros e brancos por meio da religião. “Esperamos continuar com essa corrente de doações para promover uma cultura de solidariedade. Através das doações, pais e mães de santo distribuem alimentos e esperança para quem mais precisa”, afirmou Mariana.
Ela ressaltou a importância da continuidade dessas ações solidárias. “Esperamos que essa corrente de solidariedade continue promovendo uma cultura de apoio mútuo em nosso Estado. Agradeço a todos que têm contribuído e espero que possamos superar essa crise em breve. E que possamos nos encontrar em uma situação melhor em breve.”
Os heróis anônimos do Rio Grande do Sul
Durante a produção desta matéria, o Jornal Empoderado enfrentou inúmeros desafios para encontrar os nomes e rostos das pessoas que ajudaram nos resgate durante as enchentes e agora colaboram para a reconstrução do RS. Contatos sem resposta, retornos demorados e outros obstáculos foram comuns em meio à calamidade que afeta a região. Sabemos de alguns nomes, mas estamos cientes de que há muitas mais pessoas envolvidas, e é crucial dar visibilidade a elas.
Ludymilla compartilhou um panorama da situação na Esplanada dos Ministérios. “Os assessores de Participação Social e Diversidade estão trabalhando intensamente para obter informações e coordenar esforços. Temos promovido rodas de escuta em diversas comunidades para entender como podemos atuar de maneira mais eficaz no apoio à reconstrução.”
A assessora explicou que os retornos demorados aos nossos contatos se devem às inúmeras boas ações que estão em andamento. “Continuamos trabalhando, aquecendo e enviando nossa solidariedade aos irmãos do Rio Grande do Sul, especialmente na região da Ponta, afetada por essa tragédia.”
O Jornal Empoderado continuará acompanhando e destacando essas iniciativas, mostrando as ações que estão fazendo a diferença na vida das pessoas afetadas. Mesmo diante das dificuldades, permanecemos comprometidos em contar as histórias daqueles que, muitas vezes anonimamente, estão trazendo esperança e suporte em tempos de reconstrução e solidariedade.
Edição e revisão: Tatiana Oliveira Botosso
Imagens: divulgação do Ministério das Comunicações e Linkedin da Mariana Ferreira dos Santos.