A final do SuperBowl LVI com a Vitória de virada do LA Rams sobre o Cincinnati Bengals, por 23 à 20, em 13 de fevereiro, foi um jogão de bola – até pra quem não entende muito. Dito isso, as maiores polêmicas ficaram pelo Show do Intervalo anotado por Dr Dre, Snoop Dogg, 50 Cent, Mary J Blige e Eminem dando de vez holofote – merecido diga-se de passagem.
A grande treta é pela forte resistência, por parte de um pensamento conservador, amplamente presente no esporte que por vezes questionou o “por que desse povo estar aqui?”. A NLF (National Football League) tem um histórico recheado de racismo e episódios lamentáveis e justamente a ausência de nomes que apareceram agora no show, mostra que o pensamento é se afastar desse estereótipo que cada vez mais se torna confrontado.
Porém, minha reflexão vem para a necessidade de se organizar numa ótica preta e periférica. A estrutura baseada na branquitude sempre faz parecer que dão visibilidade às nossas pautas porém, por um viés mercadológico. Ora a NLF, NBA (National Basketball Association) e outras organizações esportivas e do show business se servem diariamente do talento de pessoas pretas e “do gueto”. Porém, não são essas pessoas que estão nos centros das decisões de como as coisas caminharão.
Olhando para o nosso quintal, a lógica segue a mesma. Em tempos eleitorais, em que se clama por uma política mais igualitária, é necessário que nossa gente participe, opine e decida os rumos da nossa sociedade também. Claro, temos uma grande tarefa que é “mudar tudo isso que está ai!”, porém é necessário se organizar formulando ideias que nos coloquem no protagonismo político social.
Aos meus irmão, fica a sugestão de um projeto que não espere o próximo Durval, Moïse ou Marielle para que tomemos uma atitude plural e assertiva. Sei que todos nós estamos trabalhando muito, mas para quebrar a lógica do colonizador não vejo outra alternativa do que a união.
Nota sobre a foto de capa da Reuters: Colin Kaepernick (centro), então quaterback do San Francisco 49ers, começou seu protesto durante a pré-temporada de futebol americano de 2016. A causa, como ele mesmo disse, foi em relação ao “tratamento que os negros recebiam nos EUA”.