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NÃO É APENAS SOBRE FUTEBOL…

O Majestoso sempre foi um clássico do futebol nacional cercado de polêmicas, jogadas geniais, além de emoldurar atuações fantásticas de jogadores dos mais admirados e amados do país. O clássico disputado no último domingo, válido pelas semi-finais do campeonato paulista, foi mais um desses grandes jogos protagonizados pelas duas equipes, com jogadas bonitas, belas defesas, marcação segura, bolas perigosas, lances perdidos e, o mais importante, gols. Eu disse o mais importante? Não, o mais importante acontecimento da partida entre São Paulo e Corinthians foi a atitude do zagueiro são-paulino Rodrigo Caio que assumiu ter ele atingido o goleiro Renan e não o adversário, impedindo assim que o mesmo levasse o cartão amarelo. Atitude, infelizmente, não comum no meio 58f534b6234cdfutebolístico que, diga-se de passagem, precisou meio que oficializar, ainda que não oficial, o questionado Fair Play. A questão é tão “questionável” que a malandragem acontece até mesmo quando se quer utilizar do fair play, ou ser beneficiado por ele. Dizem que o futebol, outros esportes também, refletem o meio que se vive e, nesse aspecto, o reflexo não é bom. Vivemos dias em que ser “esperto” é o caminho para quem quer se dar bem na vida, independente dos efeitos negativos que possam causar. Para os amantes do futebol fica impossível não lembrar daquele famoso comercial estrelado pelo Canhotinha de Ouro Gérson que dizia que o melhor é levar vantagem em tudo. Trágico, eticamente falando, pensar que um dos grandes astros do nosso futebol acabou dando nome a uma atitude condenável: a famosa “Lei de Gérson”. Gastando a memória, vamos facilmente nos lembrar do gol de mão de Maradona marcado contra a Inglaterra na Copa de 1986 que ficou, mais uma vez tragicamente, conhecida como “La Mano de Dios”. Outros vários episódios foram acontecendo e institucionalizando a má intenção como um dos artifícios para se vencer no futebol.

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Em um país em que políticos saqueiam os cofres públicos em detrimento do sofrimento da população, encontrar atitudes como a de Rodrigo Caio se tornou algo raro. Histórias como a do catador de materiais recicláveis João Rodrigues Cerqueira que encontrou 1,4 mil dólares no lixão de Brasília e, pasmem, devolveu. Também não podemos esquecer de Miroslav Klose que admitiu ter marcado um gol usando a mão avisando o árbitro que assim pode anular o gol. Além disse, Klose se recusou a receber o prêmio fair play oferecido a ele pela Federação Alemã de Futebol, justificando que não queria holofotes por fazer o que tinha que ser feito. Nas palavras dele: “Também há os jovens que assistem televisão e somos modelos para eles”. O mesmo Klose, em outra partida, voltou a agir com lealdade ao avisar o árbitro que ele havia marcado um pênalti inexistente em favor de sua equipe e a marcação foi desfeita pelo homem de preto. Na oportunidade, Klose também se recusou a receber a honraria da Federação Alemã. Temos outros bons exemplos vindos dos campos. O que dizer do italiano Paolo Di Canio que, ao receber um cruzamento na área ao invés de cabecear para o gol, segurou a bola com as mãos. O motivo: o goleiro adversário estava caído no gramado machucado. Dá prá acreditar que um atacante preferiu não marcar se aproveitando da contusão do adversário? Di Canio provou que sim. Rodrigo Caio provou que sim, ou não. A atitude do zagueiro são-paulino não agradou a todos. Torcedores protestaram e até o técnico Rogerio Ceni invocou o direito de permanecer calado diante da pergunta se ele aprovou o acontecido. Mas nada se compara a declaração do zagueiro Maicon que, em entrevista coletiva, deixou claro que não agiria da mesma forma justificando que: “Prefiro a mãe do adversário chorando do que a minha em casa…”

Enquanto um diz que prefere que a mãe do adversário chore e não a dele, o outro diz que fez o que tinha que ser feito. Em comentários nas redes sociais, muitos aplaudiram a atitude, porém disseram que não fariam o mesmo.

Enfim, a pergunta que se faz é: Será mesmo necessário lançar tantos holofotes sobre uma atitude de honestidade feita por um ser humano? Diante de tudo o que estamos vendo, a resposta mais óbvia é um sonoro SIM, infelizmente.

Rodrigo Caio, João Rodrigues, Klose, Di Canio e outros tantos espalhados pelo mundo insistem em manter a chama da honestidade acesa.

NÃO É SOBRE FUTEBOL, É SOBRE ÉTICA, SOBRE HONESTIDADE, É SOBRE SER HUMANO….

NOTA

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