A última semana foi agitada no país, marcada pela liberdade do ex deputado Rodrigo Rocha Loures, o popular “homem da mala”, concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin e pelo retorno de Aécio Neves ao mandato de Senador, graças ao também ministro Marco Aurélio. Ambas decisões apenas escancaram o que o brasileiro médio já sabe, infelizmente a justiça no Brasil vale apenas para negros, pobres e demais minorias sociais. O ex deputado Rodrigo Rocha Loures foi gravado carregando malas de dinheiro, foi interceptado por agentes da Polícia Federal e mesmo com todas as provas, foi posto em liberdade, uma afronta a opinião pública e a justiça como um todo.
Esse mesmo judiciário que concedeu liberdade provisória para o goleiro Bruno e Roger Abdelmassih (aquele médico que abusava sexualmente de suas vítimas utilizando-se de entorpecentes) que devolveu o mandato para o Senador Aécio Neves, flagrado em gravações comprometedoras pedindo recursos para empresários acusados de corrupção, foi capaz de condenar Rafael Braga a onze anos de prisão em regime fechado assim como foi capaz de condenar uma mãe que furtou ovos de páscoa a três anos de prisão, também em regime fechado. Que justiça é esta, extremamente humanitária e benevolente com pessoas famosas e endinheiradas mas excessivamente dura e impiedosa com pessoas pobres?
Infelizmente igualdade jurídica no Brasil de hoje é uma utopia, tão distante, semelhante ao ensurdecedor som das panelas, entoadas por pessoas vestidas de verde e amarelo, com passinhos ensaiados e com seus patos amarelos. Na tragicomédia brasileira, os ratos estão no poder, principalmente no poder judiciário.