Com recordes e feitos inéditos sendo alcançados, barreiras quebradas em várias frentes e muitos títulos, as mulheres brasileiras estão representando o país em grande estilo nos esportes individuais em 2019.
Um dos fatores que mais impressionam no cenário esportivo feminino no Brasil é a variedade de esportes que as brasileiras têm se destacado mundo afora e atualmente é possível encontrar atletas nos holofotes de modalidades que variam da esgrima até as artes marciais.
Nathalie Moellhausen (esgrimista)
Em julho deste ano, Nathalie Moellhausen entrou para a história do esporte brasileiro ao se tornar a primeira brasileira a conquistar a medalha de ouro no mundial de esgrima. Com a conquista, Nathalie terá a oportunidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
Em outras oportunidades, a esgrimista conseguiu bons resultados defendendo as cores da bandeira do Brasil. Ela foi bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e chegou nas quartas de final nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
O próximo desafio de Nathalie serão os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. O evento continental acontece entre os dias 26 de julho e 11 agosto.
Ana Marcela Cunha (nadadora)
Julho também ficará marcado para sempre na história da natação brasileira. No Mundial de Esportes Aquáticos da Coreia do Sul, a nadadora Ana Marcela Cunha garantiu duas medalhas de ouro (a quinta dela em mundiais) nas águas sul-coreanas e se tornou a atleta com o maior número de medalhas na história das águas abertas no Mundial de esportes aquáticos.
Apesar das duas medalhas de ouro (nas provas de 5 km e 25 km) e do recorde de medalhas, a brasileira não ficou satisfeita com o quinto no lugar na prova dos 10 km, que garantiu a ela a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
“Ela ficou bastante chateada com essa quinta colocação. Sabia que tinha treinado muito e esperava ir melhor. Mas não esmoreceu. A prova dos 5 km era a mais difícil, e ela encarou até com mais raiva e conseguiu ganhar. Nos 25 km, a gente sabia que estava favorável”, contou George Cunha (pai da nadadora) ao jornal Estadão.
É importante ressaltar que nunca, na história de qualquer esporte, uma brasileira conseguiu dois ouros individuais em um mesmo campeonato mundial.
Rebeka Venceslau (judoca)
Principal revelação do judô feminino no Brasil, a pernambucana Rebeka Venceslau é líder isolada no ranking da Confederação Brasileira de Judô, com 790 pontos. Recentemente, Rebeka deu continuidade a boa fase e conquistou a medalha de ouro no Pan-Americano de Judô sub-18, que foi disputado em Cali, na Colômbia.
“Não foi fácil chegar até aqui, tive que abdicar de muita de coisa, mas deu certo. Essa vitória não é só minha vitória, é de todos vocês”, contou ela em entrevista para o JC online.
Nos primeiros meses do ano, a pernambucana já havia se destacado em etapas da Copa Europeia, levando a medalha de ouro em Portugal e conquistando o bronze na Alemanha. Além disso, ela é a única pernambucana na história a participar do Campeonato Mundial Escolar de Judô.
Jhennifer Alves (nadadora)
Jhennifer Alves é um grande talento da natação brasileira e faz parte da equipe do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. No dia 10 de julho, a nadadora venceu a final do 50m na Universidade de Nápoles, se tornando a primeira brasileira a conseguir tal feito em toda a história.
Há alguns meses, a brasileira também bateu o recorde sul-americano em duas frentes: nos 50m peito e nos 100m peito. De acordo com muitos especialistas de natação, Jhenifer é uma das principais candidatas a levar a medalha de ouro nos 100m peito nos Jogos Pan-Americanos de Lima.
“Minha expectativa para o Pan é a melhor possível e quero sair da competição com a conquista de uma medalha individual. Já tenho a medalha de 2015, no revezamento, mas agora quero conquistar uma nos 100m peito. É um sonho palpável e minhas principais rivais serão as americanas que sempre vão muito forte e são as melhores nadadoras de peito do mundo. Vou tentar ir para cima e buscar o ouro. Tudo pode acontecer no dia da prova”, disse Jhennifer em entrevista para o Portal Portal Multiplix.
Vivian Saliba (competidora de poker)
Nos últimos anos, as mulheres ganharam muito espaço no poker, abrindo portas para novas praticantes. Embaixadora da 888 poker Brasil, Vivian Saliba é uma das principais referências femininas do poker latino-americano. Em julho deste ano, a atleta foi à Las Vegas e disputou o torneio Crazy Eights no WSOP, evento da Série Mundial de Poker.
Mesmo com mais de dez mil concorrentes, a brasileira não se intimidou, foi à mesa final e terminou o torneio na 4ª colocação. Um dos melhores resultados de todos os brasileiros no WSOP 2019.
A excelente performance resultado rendeu à jogadora US$ 308 mil, a maior premiação de uma mulher brasileira em um evento de poker. Além disso, foi a primeira vez que uma competidora do Brasil alcançou uma mesa final de WSOP.
Saliba é uma das melhores competidoras latino-americanas na modalidade PLO (Pot Limit Omaha). “Eu prefiro jogar PLO, por quê oferece mais ação em comparação com o Hold’em, torna o jogo mais interessante. Muitos jogadores são novos no jogo e cometem muitos erros, o que obviamente é bom pra mim como jogadora de poker profissional”, disse Saliba em entrevista para o site da 888poker.
Além disso, a jogadora foi a capitã brasileira na última edição do 8-Team, competição de nações entre embaixadores de diferentes países, como Reino Unido, Canadá, Alemanha, Suécia, entre outros.
Domínio nas artes marciais mistas
Sem perder uma luta no UFC há mais de dois anos, Jéssica Andrade “Bate-Estaca” é a atual detentora do cinturão peso-palha da organização. Para conseguir o cinturão, a brasileira precisou derrotar a norte-americana Rose Namajunas no segundo round da luta principal do UFC 237.
Já Amanda Nunes, além de colecionar títulos e recordes no UFC, não sabe o que é perder uma luta desde 2013. Amanda é dona de dois cinturões (nas categorias peso-galo e peso-pena), única mulher na história a alcançar esse feito.
Não à toa, Dana White, presidente do UFC, considera Amanda como a melhor lutadora de artes marciais mistas todos os tempos, sendo que a brasileira tem apenas 27 anos.
Agora, ambas as lutadoras aguardam suas próximas adversárias, que ainda não foram definidas de forma oficial, só há rumores no momento.
Nota: Foto de capa da matéria é de Alian Ivanov, do PokerNews, que tem Vivian Saliba que é uma das principais referências no poker latino-americano.
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Por Luara Lua Pereira De Marinis