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Militantes saem às ruas em Bertioga (SP) para gritar contra o genocídio da população negra

Hoje aconteceu na cidade de Bertioga, no litoral de São Paulo um ato contra o genocídio da população negra. O  Jornal Empoderado conversou com a ativista Marinela Ferreira Santana, de 47 anos de vida e como ela diz 44 de santo. Mais conhecida como Sol Santana. A moradora do litoral que já teve um irmão assassinado ajudou organizar o ato e é idealizadora do projeto Afropaz.

Jornal Empoderado – Sol, fale um pouco da sua história política.

Sou Marinela Ferreira Santana, nascida em São Paulo, mas hoje mora na cidade de Bertioga litoral Norte de SP. Aqui sou conhecida como Sol Santana, e fundadora da AfroPaz Adobalé, Associação Cultural de Matrizes Africanas  de Bertioga. Estou na luta com o povo NEGRO,com muita garra e vontade por Justiça.

 

Jornal Empoderado – Seu irmão foi assassinado?

Sim. A minha luta se intensificou a partir da morte do meu irmão Flávio Ferreira Santana,  dentista recém formado. Assassinado por PMS em São Paulo em 03 de Fevereiro de 2004.

Jornal Empoderado – A Baixada Santista é carente de grandes ações em prol dos mais carentes e vulneráveis?

Não posso dizer que a baixada Santista é carente de grandes ações em Prol do Povo PRETO, pois estaria falando de todas as cidades e cada uma tem suas peculiaridades, que não é do meu conhecimento.

Mas eu posso falar da minha cidade, que em Bertioga sim, somos muito carente de pequenas e  grandes ações, e não temos apoio,parcerias, e precisamos MAIS,nos reconhecer como povo como grupo como irmãos unidos em uma mesma causa.

 Jornal Empoderado – Fale sobre Afropaz:

A AfroPaz fez algumas ações com toda a dificuldade que vocês possam imaginar, queremos montar uma Biblioteca de Afrocentrismo e Africanidade, Cultura e trazer parcerias com MNU, UNEGRO ,EDUCAFRO  e todos mais que quiserem somar aqui conosco.

Jornal Empoderado – Você está na liderança de uma passeata na região de Bertioga. Qual o objetivo dessa ação?

Domingo dia 21 de junho de 2020, vamos fazer um Ato de Rua, uma manifestação necessária ao combate ao Racismo com muito cuidado consciência, estamos em tempo de Pandemia a Covid-19 e faremos com máscaras, álcool em Gel, respeitando o distanciamento Social.

Jornal Empoderado – A passeata foi motivada por causa dos últimos acontecimentos que vitimaram pessoas negras?

A passeata foi motivada pelos últimos acontecimentos que vitimaram pessoas Pretas, mas estas chegaram nas grandes mídias, esses assassinatos dessas pessoas chegaram nas grandes mídias, mas o Genocídio é GIGANTESCO e acontece a cada 20 segundos.

 Jornal Empoderado – Pensa em juntar seu ato aos que estão acontecendo na cidade de SP?

Gostaria muito de juntar o Ato de Bertioga, aos que estão acontecendo em São Paulo, e pedir o apoio de todas as lideranças e grupo de toda a Baixada Santista.

Alias,ja estou em contato com algumas lideranças da baixada Santista, como por exemplo, o Grande líder Julio Tumbi de MNU,  e também faremos menção ao Saudoso Rafael Rodrigues Fundador do Afroketu que foi grande liderança e meu melhor amigo. Ele era nosso Diretor Cultural aqui da Afropaz de Bertioga e que me ligava todos os dias para me dizer: SOL FICA FIRME….SEJA FORTE.

Ele me dizia isso para não me deixar desistir,pois ele sabia de todas as dificuldades que eu estava passando para documentar a AfroPaz, para conseguir parcerias e respeito em nossa cidade.

Jornal Empoderado – Quanto de Rafael Rodrigues tem neste ato? É a “sementinga” que ele falava, esse ato?

A AfroPaz te muito da Identidade do Rafael em questão pela luta com o social e cultural e senso de justiça para o povo NEGRO.

Quero poder andar na rua com meu turbante , minhas roupas minhas guias sem ser olhada com o nariz torcido por outras pessoas, quero poder dormir sem ter o desespero de saber que meu filho preto está na rua, voltando da escola, e poder correr o risco de se deparar  com algum policial e ser alvejado por alguma bala perdida.

Quero poder dizer Axé, Motumbá,Kolofé, sem que receba represália,  do preconceito e da intolerância Religiosa. Quero poder ver mais pretos nas escolas, e universidades, direitos na sociedade, respeitados, ir ao médico e saber que ele vai entender das intercorrências da minha saúde por conta de uma Falciforme, a saúde do Afro descendente precisa de atenção,à saúde do povo pobre preto precisa de atenção.

Nosso ato é o começo da caminhada aqui nesta cidade, e espero muito que venham com muitos irmãos e parcerias e que possamos alcançar grandes resultados. Asé´ para todos

 

O Empoderado também falou com Julio Tumbi Are, do Movimento Negro Unificado – MNU, que fez duras críticas aos ativistas Antifascismo  que não compareceram ao ato. 

Livro citado pelo Julio: “O Genocídio do negro brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado” – Abdias Nascimento
O Genocídio do negro brasileiro: Processo de um Racismo Mascarado por [Abdias Nascimento]

NOTA

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