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Márcio Telles e Diego Dionísio abrem o Instituto Odara

Cultura, arte, educação, transformação, meio ambiente, saúde, turismo, inclusão, diversidade, memória e ancestralidade. Esses são os valores que norteiam as ações do Instituto Odara, centro de articulação que promove a transformação por meio de práticas em que a ancestralidade de matriz africana se faz presente em toda a sua estrutura e atuação. O espaço, que inicia atividades em 27/11, possui cerca de 8 mil m² e está localizado em Embu das Artes.

O instituto promoverá atividades gratuitas e abertas, além de cursos, oficinas segmentadas como formação e apresentação de espetáculos de teatro e dança contemporânea, cultura dos Orixás (gastronomia, história, dança e vestimentas, entre outros), capoeira, percussão, xamanismo e fitoterapia, sempre tendo um recorte para informações afro-educativas.

Para o conselho consultivo o instituto contará com Márcio Telles, conhecido produtor cultural e diretor de teatro que atua na realização de projetos de arte e cultura em todo Estado de São Paulo sempre com olhar especial para inclusão e diversidade, e Diego Dionísio, que é fundador da TáDito Produção, empresa que existe há 20 anos e promove festivais e eventos, além de artistas, produtores e ativistas do movimento artístico da Grande São Paulo. Dionísio ressalta: “Formar, fomentar, difundir e gerar economia criativa em sua transversalidade nas áreas da cultura, educação, arte, meio ambiente e economia criativa é o que queremos potencializar por meio do instituto”. Por sua vez, Márcio acrescenta: “Eu e Diego temos mais de 20 anos de atuação nessas áreas, sempre com o mesmo propósito. Faltava formalizar isso dentro de um espaço onde, independentemente das nossas pautas profissionais, pudéssemos exercer, de forma social, a arte como instrumento de redescoberta do potencial humano”.

Para os primeiros meses de atuação o Instituto Odara já tem uma agenda que inclui vivências em todas as linguagens contempladas em seu escopo de trabalho. As atividades ocorrerão entre 10h e 18h a partir de 8 de janeiro de 2022 e, além das aulas interativas, os inscritos têm direito a almoço, café da tarde e um tour pelo centro histórico de Embu das Artes.

A abertura para o público, no dia 27, contará com atrações artísticas, exposição de artesanato, performances com a Cia Odara e desfile de moda afro.

PARTE DE UM PENSAMENTO AFRO-CENTRADO

 

“Após 20 anos de atuação com a companhia Odara, tendo formado e recebido mais de 100 pessoas e ministrado oficinas em locais como Instituto Florescer, que atende mulheres trans em situação de vulnerabilidade, ter criado campanhas de alimentação e máscaras em 2020 e 2021, entendi que a nossa atuação não estava somente nos palcos, mas tínhamos uma atuação social transversal, ancestral e transformadora por meio da arte e da produção de conhecimento”, afirma Márcio.

 

O espetáculo “Odara”, por exemplo, foi concebido em maio de 1997 como projeto cultural para atender, de forma sócio e arte educativa, comunidades periféricas da cidade de São Paulo e municípios limítrofes. A proposta pedagógica era implementar atividades culturais focadas no resgate e na preservação da cultura afrodescendente, usando, inicialmente, as ferramentas da dança, do teatro e da música.

 

No Acervo da Memória e do Viver Afro-brasileiro (atual Centro de Culturas Negras) e com o apoio fundamental de Mãe Silvia de Oxalá (em memoria), Márcio reuniu artistas e gestores de vários coletivos, como Afro II, Dandara, Okun, Quilombo Capoeira e Adarrum, e realizou o primeiro espetáculo, “Raízes de Ketu”, que estreou no Teatro Taib, localizado no bairro do Bom Retiro e que, atualmente, chama-se Casa do Povo.

 

A partir daí a Cia Odara, antes conhecida como Omo-Ayê, aflorou como um grupo de resistência e perdurou por longos anos, desenvolvendo amplo trabalho social que contribuiu direta e efetivamente para a execução de políticas públicas de promoção que viabilizaram oportunidades de inserção, criação de oportunidades de trabalho e geração de renda para jovens em situação de grande vulnerabilidade social por meio de um ateliê de confecções e cursos profissionalizantes de moda étnica (roupas e bordados afros).

 

Dentro desse espectro, o ‘Instituto Odara’ amplia a discussão da arte como exercício diário de resistência e produção intelectual, promovendo a formação continuada para que profissionais da arte possam atuar com autonomia em suas respectivas atividades.  

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