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Marcelle Oliver, organizadora do livro “Tinha que ser preto”, fala ao JE sobre a publicação

Hoje venho compartilhar com vocês a experiência incrível que tive em fazer parte de um livro coordenado por uma mulher preta e escrito por um grupo de coautores pretos. Todas as temáticas envolvem atravessamentos do nosso cotidiano, porém reforçando a nossa potência preta e nos trazendo reflexões pertinentes sobre diferentes áreas da vida sob a nossa ótica.

Pensando nisso e, como uma das coautoras assinando o capítulo sobre empreendedorismo preto, convidei a coordenadora editorial, Marcelle Oliver, para uma entrevista em nosso jornal de forma que a mesma possa nos esclarecer os objetivos por trás da publicação dessa obra.

JE – Você acredita que o título faz jus ao assuntos abordados na obra e transmite o que o leitor encontrará ao folhear suas páginas?

Marcelle Oliver – Transmite sim, porque o próprio título é bastante provocativo e convida o leitor a provar o recheio do bolo, digamos assim. (rs)

JE – Em que você pensou quando resolveu criar um livro escrito por pretos, exclusivamente?

Marcelle Oliver – Eu sempre gostei de fazer movimentos coletivos e quando vi a oportunidade de fazer uma antologia de pessoas pretas, não pensei duas vezes. Sempre acreditei que a escrita ainda é uma forma de combate ao racismo e quando decidi fazer foi pra que sejamos lidos e escutados.

JE – Você acredita que o livro está tendo uma boa aceitação do público em geral?

Marcelle Oliver – Ótima aceitação, eu diria. A editora me passa dados semanais e a procura está bastante alta. E o e-book também está saindo bastante. Eu acredito que o motivo seja a linguagem do livro e os temas tratados são grandes atrativos à leitura proposta.

JE – Dentre os temas abordados, quais são os de maior relevância para quem não tem contato direto com a realidade do negro no Brasil?

Marcelle Oliver – Pergunta complexa porque todos os temas tem sua relevância. Mas, o que fala sobre saúde mental e afetividade é essencial  para entender um pouco o que é ser negro em qualquer lugar do mundo.

JE – Quais transformações você visa alcançar com essa obra?

Marcelle Oliver – A transformação já está acontecendo na verdade. Cada feedback positivo me impulsiona a continuar fazendo esse tipo de movimento e, obviamente, no profissional tem me ajudado bastante, pois as minhas palestras agora, por conta do livro, estão sendo mais procuradas. Então, sobre transformação, é um misto de dever sendo cumprido e o sentimento de que grandes coisas estão a caminho também.

JE – Qual o significado de criar e publicar um livro com essa temática nos dias de hoje, onde cada vez mais o racismo vem sendo filmado e mostrado em todas as mídias?

Marcelle Oliver – Significa que estamos no limite, que não aguentamos mais tudo isso que está acontecendo. Significa que tem muita coisa errada e ainda tem gente que finge que não  vê.

JE – O que o leitor pode esperar da leitura da obra?

Marcelle Oliver – Um conteúdo necessário, uma visão ampla do racismo e suas diversas facetas contadas e explicadas por pessoas reais. Tenho certeza que todos se identificarão com essa obra, porque esse livro é um quilombo literário e cada capítulo é uma travessia diferente nesse mar cheio de ondas de sequelas deixadas e mostradas pela escravidão.

JE – Existe algo que desejaria acrescentar?

Marcelle Oliver – Gostaria de agradecer, na verdade, a todos que estão adquirindo os livros, tanto na versão física quanto na digital. O livro foi feito com muito cuidado e respeito e a repercussão positiva é a melhor reposta que eu poderia ter.  Sigo bastante satisfeita.

 

Nós do Jornal Empoderado agradecemos seu tempo e disponibilidade em nos conceder essa entrevista.

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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