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Karl Marx e os grupos sociais historicamente oprimidos

Karl Marx era marxista? Será que a teoria marxista precisa de uma leitura adaptada ao nosso tempo ?

Bem, a  teoria marxista precisa de adaptação mas pelas mudanças que o capitalismo liberal teve. Marx não conheceu o capitalismo financeiro e toda a realidade da sociedade de controle. Mas ainda assim mantemos as categorias básicas de exploração do trabalho, burguesia, proletariado, alienação, retificação etc, etc.
Marx também não vislumbrou a questão ambiental, o esgotamento das fontes de matéria prima, poluição etc.
Para não incorrer num anacronismo, ler uma teoria criada tendo em vista a economia e a sociedade do século XIX com olhos do século XXI, há que pensar se essa dupla de categorias (burguesia e proletariado) não continua a ser útil para a análise política e social feita pela esquerda.

Ou que, dentro dessa classificação, que clivagens, subcategorias, gradações podem ter surgido mais de 150 anos depois. Exploradores e explorados, opressores e oprimidos existiram em todos os modos de produção anteriores ao capitalismo e continuam a existir no capitalismo. Mas a genialidade de Marx foi justamente demonstrar que é nesse tipo de sociedade (e só nele), foi estruturada a dominação de classes.

             A partir daí, fica aberta a possibilidade de se pensar uma nova sociedade em que tanto a maioria pobre quanto as minorias estigmatizadas possam unir forças para dar cabo da opressão econômica, política, de gêneros, de culturas, étnica etc. Há diversos autores da tradição marxista que podem nos  auxiliar nessa reflexão. Gramsci é um deles.

Não se deve resumir Marx o marxismo a uma visão mecânica do grande conflito da sociedade capitalista, mas devemos pensar em que tipo de sociedade é possível que as questões relativas às minorias estigmatizadas possam ter um encaminhamento humanamente viável?

          Certamente não é na sociedade capitalista, como não foi também nas sociedades do chamado “sorex” (socialismo realmente existente).

         Duas indicações para os amigos estudiosos, esquerdistas e  trabalhadores  refletirem sobre este tema: o filme alemão “A vida dos outros” e o texto de Che Guevara “O homem novo”.  O filme está na Netflix. Já  o texto tentem  achar na Internet. Além disso, O “jovem” Marx dos Manuscritos Econômicos e Filosóficos é uma ótima leitura também.

NOTA

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