A Copa do Mundo serve a muitos como entretenimento. Para outros, e mesmo aos primeiros, um evento de tão grande porte é laboratório para se entender a humanidade. Ali várias nacionalidades estão representadas. Povos de múltiplos cantos e credos, com costumes diversos e muitas vezes opostos se unem nos trinta dias dos jogos. Muitas mostras de convivência pacífica foram relatadas mas, da mesma forma, contextos de intolerância, como os descritos abaixo.
Mesmo antes do início dos jogos, a líder do Comitê para as Famílias do Parlamento russo pediu para que suas conterrâneas não fizessem sexo com homens que não fossem brancos. Ela pretendia com o conselho que as mulheres não tenham filhos mestiços. Africanos, latinos e asiáticos sofrem perseguição na Rússia, particularmente no interior. Desta forma, mesmo antes dos jogos, jogadores e torcedores viram-se um cenário de intolerância que se antecipava.
É sabida de todos as demonstrações de intolerância em jogos de futebol. Esta última copa, no entanto, teve detalhes peculiares sobre o tema, observados dentro e fora do campo. Os torcedores que chegaram à Russia ganharam um crachá onde se lia : “ say no to racismo”. A frase não apareceu no documento sem um motivo. Na Rússia demonstrações de racismo no futebol são mais comuns do que no resto do Mundo. Bananas atiradas ao campo, imitações de macaco e torcedores com capuz da ku kux klan são cenas cotidianas no futebol russo que passam sem punição.
Vale lembrar que mesmo entre os suecos, tido na mais alta conta, descreveu se caso claro de intolerância na Copa. O atleta e imigrante Jimmy Durmaz, por conta de um erro na defesa que redundou no gol alemão de Kroos contra seu país, foi alvo de injúrias racistas nas redes sociais. Os demais jogadores do país moveram-se de forma a apoiar o jogador. O quadro mostra a fragilidade aonde está imerso o imigrante na Europa. Pequenos atos servem para condenar mesmo aqueles que se propõem a representar, adotar uma nova nação e defende-la nos jogos.
Os atos de intolerância não param por aí. Torcedores da Tunísia e de Marrocos perseguiram um torcedor judeu numa tarde dos jogos. O caso foi reportado às autoridades.
Mesmo o lateral esquerdo da Inglaterra Danny Rose pediu que sua família não fosse à Copa. O jogador temia pelo racismo e pela segurança dos seus parentes.
Tantas outras foram as demonstrações de intolerância nos jogos. Não cabe aqui descreve-las todas, mas lançar uma luz nesta triste realidade e no tanto que a humanidade deve caminhar para afastar esse mal que acomete muitos povos do Mundo.