O I Encontro Mulheres de Axé, Mulheres de Fé, no IFCS, sob coordenação da Profª. Doutoranda Mariana Gino e Monique Oliveira da Rocha e Eloisa Tavares, aconteceu cercado de estudantes, acadêmicos e religiosos, neste dia 13. Em tempos de muitas informações, mas desencontradas e com pouco conteúdo, o Coletivo Maitê Ferreira, realizou um excelente seminário, reuniu mulheres de diversas religiões e sexualidades, explanando pontos polêmicos, vivências e sabedorias.
O evento marca o início das ações políticas, sociais, inter- religiosas e econômicas do Coletivo Maitê Feira (CMF) no RJ, onde pretendem manter diálogos constantes com grupos, coletivo e organizações civis que lutam contra todas as forma de opressão.
O Coletivo é vinculado ao Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), é composto por mulheres plurais em crenças e identidades que após alguns anos de trabalho e militâncias contra a intolerância religiosa, o racismo, o machismo, LTBFobia, transfobia e em prol das populações marginalizadas e emancipação feminina na sociedade brasileira.
“Acreditamos que esse foi um momento ímpar do Coletivo Maitê Ferreira. Tivemos a oportunidade de compartilhar e propor ações voltadas para o empoderamento feminino em âmbito político, social econômico e religioso. Esperamos poder continuar construindo com todos e todas”, afirmou uma das organizadoras Osunyoyin Monique.
Dividido em 4 encontros entre 2019 e 2020. O 1º debate, logo pela manhã recebeu o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos, Ele Semog (CEAP), Profª. Doutoranda Mariana Gino (PPGHC/LHER/ERARIR, CMF/CEAP), que abriram a roda de conversa. Recebendo em seguida a Profª. Pós-Doutora Helena Theodoro (UFRJ), Rosi Torquatro – Coordenadora Nacional dos APNs e Yalorixá Nilce de Iansa- Iyá Egbé do Ilê Omolú e Oxum – Coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, que fez uma contextualização das atividades da Renafro-Saúde.
Além de Kathyla Katheryne S. Valverde – mulher transexual, musicista e pedagoga, que alegou – “A questão da amplitude do “Gênero Feminino” é outra vertente muito importante de ser discutido nos espaços acadêmicos, aliás, um prenúncio de que algo não vai bem em nossa sociedade, denotando haver resistência contra religião de matriz africana, violência contra mulheres cis & trans, isso sem falar de outros problemas sociais graves como o racismo”.
Na parte da tarde, a 2ª mesa abordou Mulheres em Movimentos – Com Profª. Pós-Dra Joselina da Silva (UERJ), que traz no curriculum curso intensivo Interrogating the African Diáspora – Flórida International University. É também uma das redatoras dos verbetes relacionados à raça, ao racismo e ao movimento negro, na Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe.
Pontuou relações raciais, mulheres negras e religiosas de outros países, violência contra a mulher, movimento social negro e anti-racismo. Contou ainda com Pastora Lusmarina Garcia – Doutoranda UFRJ, Manuelli Ramos – Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Campos dos Goytacazes, a Pós-Doutora Lucimar Felisberto (LHER/UFRJ), Coordenadora do Curso de Extensão e/ou especialização em produção de ferramentas para Educação das Relações Etnicorraciais do Instituto HOJU e Virgínia Figueiredo.
A 3ª roda de conversa fechou em grande estilo, com o tema Sexualidades e Culturas – recebeu Mestra Gilmara Mariosa- Doutoranda em Psicologia Social UFMG / Profª. Mestra Giane Elisa Sales de Almeida – Supervisora de Formação e Educação Permanente da Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Juiz de Fora, Mestranda Rafaela Bastos – Passista da Escola Estação Primeira Mangueira, Profª. Doutoranda Juliana B. Cavalcanti (LHER-UFRJ).
A musa da Manqueira Rafaela, trouxe elóquio e suas experiências como passista e referências do samba. Já Giane de Almeida, fez um alerta “Precisamos de espaços para o enfrentamento de racismo e preconceito”. As mesas foram mediadas por Monique Rocha Oliveira, Eloisa Tavares Cunha e Mestra Lavini Castro. E assim, diferentes pensamentos permearam o encontro, que foi diversificado e de grande relevância.