O Brasil não é um país para amadores. Mas a Argentina tem superado, principalmente na questão do futebol. Para começar, lá pelos lados do Plata, o presidente Maurício Macri acabou com o Futbol Para Todos, um programa criado no governo da Cristina Kirshner que financiava os clubes e fazia com que muitos jogos fossem exibidos em tv aberta.
Aliás, um dos seus pontos na campanha era manter o programa. No final do ano passado, Macri voltou atrás e avisou que no dia 1/1/2017 acabaria o FPT. Ontem, o governo fez um acordo com a AFA de 530 milhões de pesos para romper o contrato que estaria vigente até 2019. Agora a Associación não recebe mais assistência do Estado, mas passa a negociar com veículos privados como é o caso de Ted Turner (dono da Fox e que tem feito visitas constante à Argentina) ou ESPN e ainda Consor, os principais interessados em transmitir o futebol argentino. Este dinheiro recebido pela federação deve ser repassado para os clubes de futebol.
Enquanto isso, o futebol segue paralisado por lá, podendo retornar dia 3 de março se os times receberem o montante. Ainda haverá uma licitação pelos direitos de exibição das partidas. Também está acontecendo uma reforma no futebol dentro e fora: fora, não há presidente na AFAe sim uma Comissão Regulamentadora que assumiu temporariamente a presidência, já que as novas eleições devem acontecer no segundo semestre de 2017; dentro terão mudanças no regulamento, até 2020 terão 4 descensos e 2 acessos, enxugando a Primeira Divisão para 22 equipes.
Quem perde com isso? Os fãs de futebol que viam as partidas pela internet (não que isso não vá acontecer, sempre há links que conseguem burlar proibições, não dá pra sermos hipócritas), os torcedores que terão que pagar para verem seus clubes em canais pago, os clubes menor expressão que deixam de receber do governo e passam a ter que negociar e tentar concorrer com times gigangtescos como no caso de Boca, River, Racing e Independiente. E mais ainda: o futebol porteño que está se esfacelando com esse afunilamento que só beneficia os grandes e deixa de lado os pequenos.
