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FINAL 1977: BASÍLIO, RUY REI E OUTRAS HISTÓRIAS

“Capricha garotão, capricha que o placar não é teu.  Eu boto fé nessa cabecinha Zé Maria… Correndo pro pedaço Zé Maria, confusão na boca do gol, de cabeça Basílio tentou fazer, na traveeee, de cabeça Wladimir no zagueiro, tentou Basílio pro Corinthians-x-Ponte-Preta-Final-1977gol… E Que Goooooolllll. Curingão na frente, olha o espetáculo, olha a emoção e a motivação. Olha a festa do Brasil. Vc é esse milagre nos olhos desse povo. Você que enche de felicidade o coração dessa gente. Corinthians… O grito sufocado de um povo, o grito do fundo do coração de um torcedor. Depois de… 23 anos a fiel está explodindo…”

Essas palavras, ditas na voz emocionada do “Pai da Matéria” Osmar Santos, foi a coroação e o fim do longo jejum de títulos do Corinthians. O gol de Basílio encerrou o sufoco da Fiel, terminou com o sofrimento e a dor de não comemorar um título por quase 23 anos. Esse gol também fabricou um ídolo, um herói, um mito: Basílio, o volante clássico, raçudo que se transformou em um símbolo. O símbolo da conquista e do retorno da Fiel aos palcos das comemorações.

De outro lado, um que deveria ser o protagonista do primeiro título pontepretano, acabou caindo em desgraça. Ruy Rei, o centroavante preferido do torcedor da Macaca, acabou protagonizando uma cena que o tornou persona non grata nos corredores do Moyses Lucareli. Acontece que na partida decisiva, logo aos 13 minutos da primeira etapa, Ruy Rei cometeu uma falta no zagueiro corintiano e começou a reclamar de forma acintosa contra o árbitro Dulcídio Wanderley Boschilia e acabou sendo expulso deixando a Macaca com uma a menos logo no início da grande decisão. Coincidência ou não, o centroavante acabou sendo contratado pelo Timão quatro meses após a final. Os pontepretanos, é claro, não conseguiram deixar de enxergar nessa situação toda, um complô entre o jogador e a diretoria do Corinthians, e acabou sendo chamado de vendido e até hoje Ruy Rei ainda tem que dar explicações sobre o ocorrido, garantindo que nada disso é verdade.

Comemorações de um lado, reclamações de outro, o fato é que Corinthians e Ponte Preta fizeram uma final emblemática e downloademocionante que está selado no coração e na mente dos torcedores envolvidos. A festa, exibida em três partes, foi completa com gols, virada, casa cheia- inclusive com recorde de público até hoje imbatível no estado de São Paulo, confusão, estrelas brilhando e outras que começaram a brilhar, enfim, não foi só para os corintianos que conquistaram o título, mas também para os torcedores da Ponte que se deliciaram com um dos melhores esquadrões já montados no Paulistão. Senão, pensem em ver em campo Dicá, Oscar, Marco Aurélio, o próprio Ruy Rei, Parraga, além do grande goleiro Carlos. Uma constelação made in interior que fazia tremer as arquibancadas. Agora, prá quem esteve presente, independente de ser corintiano ou pontepretano, ver em campo Zé Maria, Wladimir, Russo, Vaguinho, Romeu e companhia limitada lado a lado com o time de campinas, certamente deu gosto de se ver.0,,11721422-EX,00

Mas para os corintianos, o fim do jejum se deu depois de três partidas muito disputadas. Na primeira, vitória com gol de nariz de Palhinha. O segundo jogo foi marcado pelo maior público da história do estado com mais de 146 mil presentes e uma vitória de virada da Macaca forçando a terceira partida. A terceira e derradeira foi extraordinária por tudo que já foi dito e pela alegria exageradamente demonstrada pelos torcedores.

A Fiel voltou a comemorar. Os torcedores da “Nega Veia” continuam em busca da sua alegria e, quem sabe, em mais um capítulo que começa a ser escrito hoje no Majestoso, essa alegria não vem. Como se diz por ai: Quem viver verá….

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