Após o suícidio de um aluno negro da USP – Universidade de São Paulo e do abandono aos estudos de diversos alunos em situação de vulnerabilidade da instituição, estudantes da USP, membros do Coletiva Xica Manicongo de Estudantes Trans, Travestis e Intersexuais, do Núcleo de Consciência Negra e do Comitê Antifraude se uniram e protocolaram um pedido para que a universidade inicie ações afirmativas de permanência para alunos negros e LGBTI’s.
Na carta apresentada pelos coletivos ao reitor, os estudantes reivindicam um plano de saúde mental para estudantes que se encontram em vulnerabilidade social e que são vítimas do racismo e LGBTfobia, a criação de cotas para pessoas trans e travestis, campanha anual de conscientização, entre outros.
Além dos coletivos, assinam a carta de reivindicações as vereadoras Erika Hilton e Luana Alves, a deputada federal Sâmia Bonfim, entre outros.
De acordo com um mapeamento independente realizado pela Coletiva Xica Manicongo, estima-se que apenas 0,001% do corpo estudantil seja trans e travesti, dado 20 vezes inferior à média nacional, de 0,02%, estimada pela ANTRA (Associação Nacional de Pessoas Trans e Travestis).
“A USP lidera rankings das melhores universidades do Brasil e da América Latina. Mas, sempre esteve muito atrasada em relação a políticas afirmativas e de permanência.”, afirma Gabe Teodoro, membro da Coletiva Xica Manicongo de Estudantes Trans, Travestis e Intersexuais e do Núcleo de Consciência Negra
“Esta bem claro que a USP é construída e direcionada apenas para determinados corpos, que não são corpos como o meu, corpos trans, travestis, periférios, negros e indígenas, mas a universidade tem preferido simplesmente ignorar todas as nossas demandas e fingir que não há problema algum.”, afirma Victoria Dandara, membro e co-fundadora do Coletiva Xica Manicongo de Estudantes Trans, Travestis e Intersexuais.