Pesquisar
Close this search box.

» Post

EDUCAÇÃO PARA TODOS EM TEMPO DE PANDEMIA?

Fonte: lunetas.com.br/necroinfancia-criancas-negras-assassinadas/

Por  Paulo Roberto Serpa

A educação inclusiva é assunto recorrente em qualquer conversa séria sobre educação. E que bom que se fala no assunto, pois nunca foi tão importante tratar disso como agora.  É sabido que entre os princípios fundamentais da educação inclusiva, está o acesso à educação como um direito de todos. Por sua vez, o termo educação para todos propõe que todas as pessoas tenham acesso a uma educação básica, sendo esta essencial para a promessa de uma vida digna, assim como para o exercício da cidadania. Neste caminho, também se faz necessário oferecer aos educandos com necessidades especiais de aprendizagem, um ensino efetivo que assegure o desenvolvimento de suas potencialidades.

Contudo, a pandemia ocasionada pelo novo Coronavírus, COVID-19, atingiu em cheio a educação, e nesta, brutalmente os educandos com necessidades especiais de aprendizagem.

De modo geral, os professores ficaram por certo tempo imobilizados, sentindo na pele a dificuldade em utilizar os recursos tecnológicos em seu ofício. Acredito que até hoje, por volta de um ano depois do início da pandemia chegar ao Brasil, ainda tenhamos professores que não aprenderam a utilizar corretamente dos recursos digitais disponíveis, e dentre os mais desenvoltos, o alívio de aos poucos não precisar mais desta “órtese” pedagógica.

Desigualdades educacionais 

Pensando neste período, de em meados do mês de março do ano passado até agora, os educandos também foram e vem sendo desafiados ao ensino por meio de plataformas digitais, as aulas passaram a ser ministradas e assistidas remotamente, podendo ser em tempo real ou não. Tudo isso, para tentar minimizar o distanciamento e reduzir a defasagem na aprendizagem.

Agora vamos pensar um pouco, se para os protagonistas do dito ensino regular essa “nova” realidade (espera-se que temporária) está sendo cheia de conflitos e dificuldades, como ficam os educandos da educação especial neste processo? Como garantir a inclusão de pessoas com necessidades especiais de aprendizagem nas escolas, diante de uma pandemia? De que maneira seria possível garantir a tão falada educação para todos, conforme traz a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948 que toda pessoa tem direito a educação?

fonte : https://acervo.racismoambiental.net.br/

No Brasil, o programa chamado Todos pela Educação, trabalha exatamente com a meta de contribuir para o avanço da educação na sociedade brasileira até 2022. Que, a propósito, é ano que vem! Será que chegaremos lá como Pátria Educadora? Para todos?
A Educação Inclusiva sempre foi um grande desafio para todos os envolvidos, desde o educando, pais, responsáveis e toda a comunidade escolar. Nos tempos de pandemia o desafio aumentou, pois vem sendo momentos de grandes incertezas para todos, gerando muitas frustrações acerca de uma educação especial sem inclusão de fato.

O educando, assim como a equipe pedagógica, não estava preparado para o modelo de ensino remoto, aí já podemos destacar aqueles mais carentes, que não tem computadores a disposição, telefone móvel e internet, recursos essenciais para uma educação em tempos de pandemia. Vivemos em uma sociedade que prega igualdade, mas não a equidade.

O silêncio dos alunos invisíveis 

Durante este período, houve muitos relatos de colegas professores da ausência dos educandos da educação especial, parte pelos responsáveis não entenderem o processo, parte por se sentirem mais excluídos com uma série de propostas que não atendiam suas necessidades.

Fonte: /tvi24.iol.pt/sociedade/bullying-no-autismo/as-dez-respostas-que-sempre-quis-ter-sobre-o-autismo

Talvez fosse mais fácil trabalhar a educação especial se houvesse realmente a inclusão. Se todas as famílias tivessem acesso à internet, com as ferramentas necessárias para o uso, se os educandos tivessem apoio das suas famílias, se os docentes tivessem mais tempo e estudos para preparar suas aulas, se tivesse o suporte necessário dentro das escolas, enfim, a realidade é justamente o oposto, e a pandemia reforçou a exclusão.

Um dos principais desafios neste momento é o discernimento em articular as experiências prévias dos estudantes, democratizar o conhecimento historicamente acumulado e utilizar as tecnologias. Até lá, vemos o cenário que a pandemia nos trouxe, grandes transtornos para todos e o escancaramento da exclusão existente na educação.

 

Sobre o autor: 

PAULO ROBERTO SERPA é graduado em Educação Física Licenciatura pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Segunda Licenciatura em Pedagogia pela Faculdade UniBF. Especialista em Metodologia do Ensino da Educação Física pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras – FACEL. Especialista em Gestão, Orientação e Supervisão Escolar pela Faculdade Cidade Verde – FCV. Especialista em Alfabetização e Letramento e a Psicopedagogia Institucional pela Faculdade Cidade Verde – FCV. Mestre em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Professor de Educação Física com experiência na Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Professor Pedagogo efetivo na Educação Infantil.

 

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

» Parceiros

» Posts Recentes

Categorias

Você também pode gostar

plugins premium WordPress

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossos sites, em serviços de terceiros e parceiros. Ao navegar pelo site, você autoriza o Jornal Empoderado a coletar tais informações e utiliza-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade