Hoje é 4 de novembro o “Dia da Favela”. E quando pensamos em Racismo Ambiental logo vem à mente o sofrimento de milhares de famílias que ainda sofrem com falta de saneamento básico e moradias dignas. E qual a cor da maioria das pessoas que moram nas favelas? Negras.
As desigualdades sociais se fazem presentes quando se olha para essas regiões que lutam contra o descaso e falta de políticas públicas adequadas. Lutar contra o racismo ambiental é defender direitos humanos e ambientais desses lugares e ainda, respeitar e valorizar o conhecimento e experiências dessa população.
Um exemplo de como o racismo ambiental é visto na prática, mesmo em 2024, é olhar para a região litorânea de São Paulo, o Guarujá. Enquanto muito se fala das lindas praias “Enseada” ou “Pitangueiras”, no Guarujá tem a maior Favela de Palafitas do Brasil. Onde a própria Prefeitura do Guarujá não sabe informar quantas moradias de Palafita possuem água encanada ou tratamento de esgoto. Ou seja, são mais de 18 mil pessoas, em maioria negras espalhadas em quase 5 mil barracos de Palafita morando de forma precária.

Como as pessoas e organizações podem ajudar na luta contra o Racismo Ambiental?
A luta contra o racismo ambiental parte da justiça social. Somente com políticas públicas e conscientização que o bem viver é para todas pessoas será possível mudar esse cenário de abandono e descaso.
Se olharmos o caso de Brumadinho e Marina, ambos de Minas Gerais, percebemos que os mais afetados foram famílias pobres e negras. E quem foi preso? Quais reparos rápidos aconteceram? No caso de Mariana saiu agora um acordo que pode levar até 20 anos para serem pagos os valores que passam de 100 bilhões. E enquanto isso, como viverão essas famílias? A fiscalização, propostas mais duras contra quem polui, desmata e causa desastre ambiental são urgentes. Além da punição com a prisão para responsáveis dessas organizações que causam desastres socioambientais.

Como a Justiça Climática e o Racismo Ambiental se relacionam?
Proposto por movimentos socioambientais globais, o conceito de justiça climática busca associar a luta contra a crise climática à garantia de direitos das pessoas. Pensando em dois grandes e importantes eventos como a COP 30, em Belém no ano que vem e o G20 que acontece agora, se faz necessário que se discuta como se cria um balanço entre capitalismo “sustentável” e a salvaguarda das populações negras, quilombolas e indígenas que moram em condições precárias.
Pois poluição, enchente ou qualquer desastre ambiental smepre atinge mais as populações negras. Por fim, são três eixos importantes: Responsabilidade, Respeito e Justiça.

Notas: O que são G20 e COP 30?
O G-20 apoia o crescimento e o desenvolvimento mundial por meio do fortalecimento da arquitetura financeira internacional e via oportunidades de diálogo sobre políticas nacionais, cooperação internacional e instituições econômico-financeiras internacionais.
COP 30
A COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima.
Foto de capa: Barracos de palafita na região do Guarujá (SP)
Revisão e edição: Tatiana Oliveira Botosso