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Companhia de Teatro Heliópolis promove Ciclo de Debates Públicos sobre a vida depois do cárcere

Em fevereiro de 2025, a Companhia de Teatro Heliópolis realiza Ciclo de Debates Públicos com participação de convidados, integrando as atividades do projeto Do Cárcere às Ruas: O Estigma da Vida Depois das Grades, contemplado pela 43ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.

Os quatro encontros são abertos ao público e com entrada gratuita. Os convidados/a irão debater com a plateia e com os integrantes da Companhia de Teatro Heliópolis o tema abordado no projeto, sendo cada um/a com um subtema específico. São eles: Fábio Pereira, no dia 01/02, sábado – Rede de Apoio: a Volta ao ConvívioDexter, no dia 05/02, quarta – Fora das Grades: História em Primeira PessoaTempestade, no dia 08/02, sábado – Retomar a Liberdade, Recuperar a Cidadania; e Vicente Concílio, no dia 09/02, domingo – Imaginar Uma Nova Vida: o Teatro e o Pós-prisão. Todos ocorrem às 19 horas.

Os debates contam com participação da mediadora Maria Fernanda Vomero, jornalista, doutora em Artes Cênicas (USP) e orientadora criativa de processos artísticos.

O projeto Do Cárcere às Ruas: O Estigma da Vida Depois das Grades – cuja pesquisa resultará no próximo espetáculo da Companhia de Teatro Heliópolis – parte da premissa de que o encarceramento deflagra traumas, comportamentos e perspectivas que inevitavelmente estarão presentes na retomada da vida dos sujeitos ao findar o cumprimento de suas penas. A pesquisa da Companhia busca compreender as consequências do aprisionamento nas tentativas de adaptação fora da prisão e na reconstrução das vidas.

SERVIÇO

Do Cárcere às Ruas: O Estigma da Vida Depois das Grades

Datas: 01, 05, 08 e 09 de fevereiro

Horário: 19h

Entrada gratuita: não há necessidade de retirar ingresso.

Duração: 120 minutos.

Capacidade: 50 lugares

Local: Casa de Teatro Maria José de Carvalho

Endereço: Rua Silva Bueno, 1533, Ipiranga – São Paulo/SP (próximo ao Metrô Sacomã).

Mediação: Maria Fernanda Vomero

Realização: Companhia de Teatro Heliópolis

Contatos: (11) 2060-0318. producao.ctheliopolis@gmail.com

Instagram – @ciadeteatroheliopolis | Facebook – @companhiadeteatro.heliopolis

PROGRAMAÇÃO

Sábado, 01/02 às 19h

Rede de Apoio: a Volta ao Convívio

Convidado: Fábio Pereira

Autorretrato. Foto: Fábio Pereira

“O encarceramento deflagra traumas, comportamentos e perspectivas que inevitavelmente estarão presentes na retomada da vida, com o cumprimento da pena. A saída da prisão não implica necessariamente ruptura imediata com a experiência íntima do cárcere nem esquecimento da realidade compartilhada com os demais indivíduos privados de liberdade. Também não apaga o estigma social de “egresso penitenciário”, muitas vezes tido como “sem salvação” ou “indigno de confiança”. Como, então, a família e as entidades civis e/ou governamentais colaboram com a (re)inserção dos ex-detentos na sociedade, propiciando-lhes perspectivas de futuro?”

Fábio Pereira é Bacharel em Serviço Social pela UNIFESP, articulador político da Amparar (Associação de Familiares e Amigos de Presos/as e Internos/as na Fundação Casa) e membro da Frente Estadual pelo Desencarceramento de SP, da Agenda Nacional Pelo Desencarceramento e Membro da RIMUF (Red Internacional de Mujeres Familiares de Personas Privadas de la Libertad).

05 de fevereiro. Quarta, às 19h

Fora das Grades: História em Primeira Pessoa

Convidado: Dexter

Dexter. Foto: @_wesleyrodrigo

“É possível superar os fatores que condicionam o encarceramento e emancipar-se da condição? O encontro reflete sobre como alimentar o imaginário em um ambiente tão opressor e sobre como ressignificar e recompor a vida depois da privação da liberdade. A sociedade oferece oportunidades para alguém que cumpriu sua pena? Aquelas e aqueles que sobreviveram ao sistema carcerário têm muito o que partilhar sobre suas vivências e perspectivas de presente – e de futuro.”

Dexter, o Oitavo Anjo, tem mais de 30 anos de carreira. Deu seus primeiros passos na música nos anos de 1990 tendo a carreira consolidada no início dos anos 2000, quando passou a ser conhecido por fundar e liderar um dos maiores grupos de rap do Brasil, o 509-E. Também se destacou como ator no teatro e na série Pico da Neblina, da HBO.

08 de fevereiro. Sábado, às 19h

Retomar a Liberdade, Recuperar a Cidadania

Convidada: Tempestade

Tempestade. Foto: Sérgio Silva | Ponte Jornalismo

“As pessoas em privação de liberdade, ao cumprirem pena e deixarem o sistema carcerário, muitas vezes não encontram trabalho nem condições materiais para recomeçar. O apoio do Estado aos egressos e egressas é ainda insuficiente, e reflete muito da situação também dentro dos presídios. Compreender como funciona o sistema – das possibilidades de remissão de pena ao exercício dos direitos e benefícios – pode fazer a diferença para um indivíduo encarcerado e para aqueles e aquelas que deixaram a cadeia. Além disso, urge que se discuta o abolicionismo penal.”

Tempestade: é uma das percursoras do movimento anti-cárcere, em São Paulo. Sobrevivente do sistema prisional, é integrante da Frente Estadual pelo Desencarceramento SP. Também é idealizadora do mutirão nas saidinhas das unidades prisionais femininas da capital paulista. Tempestade é graduada em psicologia

09 de fevereiro. Domingo, às 19h

Imaginar Uma Nova Vida: o Teatro e o Pós-prisão

Convidado: Vicente Concílio

Vicente Concílio. Foto: Pedro Ambrósio

“Como os egressos equilibram suas habilidades imaginativas com a experiência prévia no sistema prisional? Que fatores imobilizam seus planos e projetos na vivência depois das grades? E de que forma esses sujeitos atribuem sentido ao tempo de encarceramento? A experiência teatral dentro do sistema carcerário não apenas amplia horizontes e imaginários para aqueles e aquelas que ainda enfrentam a privação da liberdade, mas também incentiva os indivíduos participantes a cultivarem autonomia crítica e criativa – na prisão ou fora dela.”

Vicente Concílio é professor na graduação e pós-graduação em Artes Cênicas da UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina, desenvolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão com foco na Pedagogia das Artes Cênicas e sua relação com o sistema prisional, por meio de seu projeto Práticas de Infiltrações das Artes Cênicas em Espaços de Vigilância. Coordena oficinas de teatro no Presídio Feminino e no Centro de Internação Feminina (Socioeducativo), em Florianópolis, SC, desde 2017.

Imagem destacada: Divulgação

Texto: Eliane Verbena

Revisão e edição: Tatiana Oliveira Botosso

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