Ontem aconteceu o conselho técnico dos 20 clubes que em 2018 irão compor a série A do Campeonato Brasileiro. A reunião tratou de pontos específicos do campeonato e as decisões tomadas por lá foram muito questionadas hoje. As decisões são as seguintes:
1 – Gramado sintético – Esse tela foi liberado, desde que o gramado seja adequado as regulamentações da FIFA. O maior interessado nesse quesito era o Atlético-PR que tem o seu estádio coberto e 100% de grama sintética.
2 – Venda de mando de campo – Cada clube só poderá jogar fora de casa 5 dos seus 19 mandos, só haverá a troca de mando se o visitante concordar e não serão permitidas as trocas nas cinco últimas rodadas
3 – Os clubes vetaram o árbitro de vídeo – Apenas sete clubes concordaram com o VAR (árbitro de vídeo). Os custos segundo a CBF chegam a R$ 1 milhão por temporada, chegando a R$40 a R$50 mil por jogo.
Alguns pontos fizeram com que a decisão chegasse a esse ponto. O VAR terá um custo de R$ 1 milhão por clube (R$20 milhões) por temporada. Para que se tenha uma ideia, esse custo em Portugal é de R$4 milhões (1 milhão de Euros) e é pago integralmente pela Federação Portuguesa.
A CBF disse não gerar receitas com o Campeonato Brasileiro e com isso, não teria condições para arcar com as despesas do VAR. Porém ao consultarmos as súmulas, podemos observar facilmente que cada Federação fica com 5% de todas as arrecadações de cada clube. O dinheiro arrecadado com essa arrecadação (R$ 5 milhões em São Paulo e R$ 1,7 milhão no Rio de Janeiro) teríamos um reinvestimento de cada federação no futebol brasileiro.
Outro ponto a ser observado é de que a CBF não deu garantias de que o VAR seria implantado desde a primeira rodada do Brasileirão, a possibilidade seria somente após a Copa do Mundo. Em um campeonato de pontos corridos, onde a primeira rodada vale os mesmos três pontos da última e onde não há finais, é importante que tenhamos as mesmas condições do começo até o final do campeonato.
A arbitragem de vídeo é um avanço no futebol em todo o mundo, e com certeza será adotado no Brasil. Mas apenas dizer “sim” e arcar com as despesas é ir na contra mão do que está sendo feito em outras partes do mundo.
O problema é somente com o radicalismo. Dirigentes que negaram não o fizeram por conta de que esperam ser beneficiados por erros de arbitragem, como se sugere. Pensam em custos altos, sobretudo os pequenos, que já sofrem com arrecadações que quase não alcançam as suas despesas, que beiram os 300 mil reais por jogo.
Mas com certeza, esses clubes que votaram “não” pensando no absurdo de uma entidade milionária tirar cada vez mais a chance de obtenção de arrecadação com uma partida de futebol, serão mais e mais cobrados esse ano por qualquer erro de arbitragem, por agirem “contra o futebol”.