Pesquisar
Close this search box.

» Post

Canal online angolano abre diálogo Angola/Brasil sobre escravatura, diáspora e reparações

A rúbrica Soluções, do canal online comandado por Tânia de Carvalho, trouxe ao debate na passada quinta-feira (28/10) os temas “Escravatura, Diáspora e Reparação“, tendo como participantes a jornalista, cientista política, pesquisadora e ativista social mineira Diva Moreira, a igualmente mineira e historiadora Nila Rodrigues Barbosa e o diretor-geral do Museu Nacional de Escravatura de Angola, Vlademiro Fortuna.

 
Durante cerca de duas duas horas e trinta minutos os painelistas abordaram vários assuntos relacionados aos referidos temas e como eles são analisados em uma e outra margem do Atlântico, numa altura em que se passaram 20 anos desde a Conferência de Durban que rompeu o silêncio mundial sobre racismo, legado perverso de que são vítimas africanos e afrodescendentes em resultado da escravatura e do colonialismo.
 
Diva Moreira realçou a importância da luta pelas reparações, como concluído em Durban 2001 e reconhecido pela ONU, e apelou para a sensibilidade de quem está no poder na forma de olhar para o assunto. ”Lutar pelas reparações é fundamental e importantíssimo como forma de honrar e curar as nossas ancestralidades”, disse. 
 
“Nós estamos lidando com um impérios falidos baseados na Europa e nos EUA. Seremos nós os povos africanos, asiáticos, indígenas e da diáspora negra que somos o futuro da humanidade”, sublinhou enfatizando o papel das reparações, incluindo as financeiras, para a importância que Israel hoje tem e apontando também o recente exemplo da Alemanha que, em reconhecimento ao genocídio colonial contra os povos Herero e Nama, aceitou pedidos de reparações da Namíbia.
 
Nila Rodrigues Barbosa lembrou da necessidade de mais pesquisas sobre revoltas então existentes no litoral da África contra o embarque de escravizados nos navios negreiros e também sobre rebeliões ocorridas nos mesmos. 
 
Respondendo à questão sobre como reconectar o Brasil afrodescendente com o continente de origem de ancestrais, a historiadora defendeu que a cultura, nas suas mais variadas vertentes, e a juventude são fatores determinantes no processo, sendo que o primeiro passo em tal direcção passa por “parar de se negar que a África seja a riqueza de onde viemos.”
 
Por seu turno Vlademiro Fortuna enfatizou igualmente a necessidade de mais pesquisas para que sejam os africanos e descendentes da África a escreverem as próprias histórias. Destacou ainda a importância da diplomacia cultural como uma das formas de honrar os antepassados. 
 
Segundo ele, sempre houve um reconhecimento da ligação histórica entre o continente e a sua diáspora mais antiga mas que, apesar disso, o reconhecimento se resumia à uma ”forma muito romântica” na esfera de discursos políticos e diplomáticos. “Agora sinto que há uma preocupação de criar uma estratégia, um plano de ação no sentido de ir diretamente às comunidades afrodescendentes”, disse citando a Casa Angola na Bahia como um dos exemplos. 
 
 
Link para a conversação completa na plataforma Youtube:

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

» Parceiros

» Posts Recentes

Categorias

Você também pode gostar

plugins premium WordPress

Utilizamos seus dados para analisar e personalizar nossos conteúdos e anúncios durante a sua navegação em nossos sites, em serviços de terceiros e parceiros. Ao navegar pelo site, você autoriza o Jornal Empoderado a coletar tais informações e utiliza-las para estas finalidades. Em caso de dúvidas, acesse nossa Política de Privacidade