Num dos últimos encontros do Black H Office, enquanto falava sobre Foresight Estratégico, citei um autor que dizia: “O futuro não existe. Ele precisa ser construído.” E essa sempre foi uma das grandes conversas nas longas idas e vindas entre São Paulo e São José, a caminho das aulas inspiradoras do professor Yukio.
A grande questão aqui é: por que tendemos a pensar no futuro como algo já determinado, um destino inevitável que apenas aguardamos acontecer? Na realidade, o futuro é uma ponte que construímos conforme avançamos. Um quebra-cabeça cujas peças mudam de forma dependendo das escolhas que fazemos.
O Brasil sempre foi chamado de “país do futuro”, mas será que algum dia realmente pensamos um futuro para o Brasil? No fundo, compramos essa ideia como uma propaganda: um sonho embalado e vendido, mas sem substância real. Nos prometeram um amanhã brilhante, mas, em vez disso, fomos sendo levados por um presente que nunca permite o futuro chegar. E, nesse processo, esmagamos nossa potência cultural, trocando criatividade e identidade por sonhos sintéticos, com data de validade.
Mas, voltando ao futuro — ou melhor, à ausência dele —, o fato de ele não existir acontece justamente porque depende das decisões que tomamos. Sem um plano, sem uma visão estruturada, fica impossível fazer qualquer previsão sobre o que vem depois.
Então, deixo a pergunta: quanto tempo realmente dedicamos a pensar no futuro de forma estratégica? Quanto controle temos sobre ele? E por que, tantas vezes, escolhemos não ter?
Questões…
Foto de Vinicius “amnx” Amano na Unsplash