Na sexta-feira (28/09) aconteceu a coletiva de imprensa do candidato Guilherme Boulos com a imprensa progressista. O local escolhido foi o Hotel Panamby, na região da Barra Funda, em São Paulo.
Boulos chegou mostrando estar preparado e com energia para a reta final da corrida à cadeira da Prefeitura de São Paulo. Em sua fala inicial relembrou suas propostas de campanha, entre elas a de zerar as filas de hospitais. O candidato fez duras críticas a gestão do atual Prefeito e aproveitou para pedir voto para vereadores (as) da bancada progressista e da coligação “Amor por São Paulo” (PT, PSol, Rede, PV, PCdoB, PDT, PMB e PCB), além de voltarem nele (número 50).
Ricardo Nunes
Sobre o atual prefeito Guilherme lembrou das falas negacionistas e de inclinação de extrema direita de Ricardo Nunes. Nunes já falou contra a vacina, disse não ter tido golpe de 8 de janeiro e que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro não errou na pandemia. E ainda sempre apareceu em manifestações chamadas pelo ex-presidente Bolsonaro.
Boulos ainda disse que Ricardo ofende a memória do antigo rival político, Bruno Covas, que poderia ser de oposição, mas não era bolsonarista e negacionista.
Tabata Amaral
Boulos mencionou que apesar de ter achada injustas algumas coisas tenha ouvido, ele respeita muito a candidata Tabata Amaral (PSB). E ainda apontou ela e José Luiz Datena (PSDB) como únicos adversários com propostas.
Caminho é a escola
Guilherme acredita que a escola pode ser um grande aliado para educação da população sobre temas como ambiente e trânsito. Pois o que filho aprendem nas entidades de ensino eles levam para suas casas.
Contratos
Um outro assunto abordado foi a necessidade de se rever contratos de privatizações e concessões que a atual gestão fez pela Prefeitura. Um dos contratos que irá rever é o de empresas de ônibus, por não cumprirem o que combinado. Ainda irá rever e revogar a privatização dos cemitérios, pois para o candidato foi criado uma indústria da morte.
Reta Final de campanha
Sobre a reta final, Guilherme, se mostrou otimista, mas fez alertas. Sendo que um é sobre a estrutura financeira que tem campanhas de direita (Nunes e Marçal). E a outra, que apesar de pesquisas quem mais cresce na reta final são candidaturas de esquerda e extrema-direita.
Boulos falou sobre a responsabilidade de representar a esquerda, não somente o campo do presidente Lula, mas o campo democrático contra dois bolsonaristas na cidade de São Paulo que conta com mais 12 milhões de habitantes. Cidade essa que ele cresceu e criou suas filhas. É uma sensação de grande responsabilidade.
Além de lidar com adversários que já mentiram a respeito dele e toda essa violência política. Apesar disso tudo mexer com qualquer um, ele se orgulha de ter uma grande equipe de campanha ao lado dele.
Um momento de descontração foi quando falou que parar distrair nos debates ele entra na sala de descanso e coloca “pagode anos 90” para ouvir, nas palavras dele: “Enquanto o candidato Marçal está falando “groselha” eu fico pensando no Salgadinho (ex-cantor do grupo de pagode Katinguelê) cantando “Inaraí””
Campanhas Violentas
Quando perguntado sobre a escalada de violência de algumas campanhas políticas (em um debate teve cadeirada de Datena em Marçal e na outra oportunidade um assessor de Ricardo Nunes foi atacado por alguém da equipe de Pablo Marçal). Guilherme respondeu que a violência é a arma de quem não tem propostas concretas.
Mídias alternativas
Boulos falou do compromisso de longa data em democratizar a comunicação não somente em São Paulo, mas no Brasil todo. Disse reconhecer e respeitar o trabalho feito por mídias do campo progressista.
Um outro ponto abordado foi a forma assombrosa que a extrema direita atua para fortalecer seus meios de comunicação. Mesmo se utilizando de um suposto discurso republicano, mas que na verdade tem a finalidade de atacar a democratização da comunicação e governos progressistas.
E por fim, citou o compromisso em ajudar mídias progressistas como jornais de bairro, rádios comunitárias e a imprensa progressista. Para que assim possam chegar mais longe, ou seja, em mais pessoas.
Periferia Viva
Guilherme lembrou do tempo que atuava no “Movimento Sem Teto” e assim, falou que uma prioridade do governo é zerar os déficits habitacionais. Além de melhorar as condições de quem mora em favelas. Pois hoje existem casas sem “reboco” que ajudam a contribuir para problemas respiratórios, em especial, nas crianças. Sobre pessoas em situação de rua, ele conversou com especialistas como Padre Julio Lancellotti para criarem projetos para essa população.
Segurança pública
Ao falar sobre Segurança Pública relembrou que seu projeto para cidade foi pensando com o ex-ouvidor da polícia militar, Benedito Mariano e o coronel da reserva e ex-comandante do batalhão de choque Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) da Polícia Militar de São Paulo Alexandre Gaspar Gasparian. O grupo de trabalho ainda ouviu especialistas de Segurança Pública e Movimento Negro. Sobre o Gasparian lembrou que um almoço ouviu do ex-comandante da Rota: “Eu quero ajudar no seu plano programa de governo porque eu acredito numa segurança pública cidadã e que respeita os direitos humanos”.
Guilherme responde ao JE
O editor chefe e jornalista Anderson Moraes representou o Jornal Empoderado, na coletiva. Moraes iniciou lembrando ao candidato que o “Jornal Empoderado” recebe muitas denúncias que vão além de violência policial e racismo e violações de direitos humanos. Sua pergunta foi se Boulos tem projeto para trabalhadores de aplicativo, como um “Centro de apoio a trabalhadores de aplicativo” e como tratará a situação dos ambulantes e artistas de rua que hoje sofrem com a administração do atual Prefeito Ricardo Nunes. Ouça abaixo a resposta do Guilherme Boulos.