O ator e diretor Régis Santos, que coordena o grupo teatral Usina Paulistana de Artes, desenvolveu o festival de lives com temas sobre expressão artística, atividades religiosas e empreendedorismo na pandemia voltada para as realizações do povo negro.
O primeiro debate virtual será “Literatura Preta Periférica“, no dia 16 de março, terça-feira, às 21h, no canal do YouTube e na fan page oficial do facebook da UPA.
O “Festival Usina de Arte, Cultura e Economia Criativa” busca refletir a importância do reconhecimento das desigualdades sociais, políticas, econômicas e culturais e as consequências desse desequilíbrio nas relações sociais e na afirmação dos povos descendentes de africanos do Brasil. “Queremos revelar, através dessas lives, a importância do patrimônio imaterial identitário e a herança dos ancestrais que precisam ser preservadas e reconhecidas por toda a sociedade e pelas futuras gerações“, conta Régis.
Este momento pandêmico, que atinge diretamente a classe mais pobre da sociedade formada pela maioria de pretos e pardos, traz inquietação e desespero e, pensando em profissionais da arte e cultura e a economia criativa, esse cenário se torna mais intenso num momento de radicalismos e descasos para quem historicamente sempre foi a margem . “Ser negro no Brasil é compactuar com um lugar de opressão. Que se luta diariamente para ser um lugar de fala, um lugar de protagonismo. Por isso a importância do festival”, completa.
O primeiro assunto que o festival traz é a “Literatura Preta Periférica” com temas como a marginalização dos escritores periféricos e a inspiração de suas obras baseadas nas próprias histórias e na construção de narrativas no viés periferico. O debate receberá o romancista Escritor Sacolinha, Ademiro Alves de Sousa, o co-fundador do Sarau Elo da Corrente e atuante no movimento de literatura das periferias de São Paulo, Michel Yakini, o professor, produtor cultural de saraus e escritor, Monahyr Campos, professor, escritor, compositor e músico e a poeta “Dinha”, Maria Nilda de Carvalho Mota, doutoranda pela USP e autora dos livros “De passagem mas não a passeio” e poemas contra o “Genocídio da População Negra” entre outros. O professor, consultor educacional e pesquisador Salloma Salomão, Salomão Jovino, mediará a conversa.
O Festival
Oferecerá a oportunidade de conhecermos trabalhos, projetos e novidades de artistas e empreendedores negros que estão envolvidos com literatura, teatro e cinema e os que estão mergulhando no empreendedorismo usando a criatividade para driblar a crise ou mesmo aproveitando o momento para realizar um sonho.
Tudo isso inspirado na ancestralidade e religiosidade trazendo a raiz da herança familiar e o sagrado que também é um dos temas de rodas de conversa da live Afro-Religiosidade, reunindo yalorixás e babalorixás, como força inspiradora. E, como encerramento, teremos a reflexão de uma das maiores heranças que os ancestrais pretos nos deixaram: o Carnaval, que esse ano esteve ausente, mas estará presente na live que encerra o festival. A partir do dia 16, o festival estará no ar. As lives acontecerão às terças e domingos, com duas horas de duração cada. O projeto ainda será contemplado com um documentário, assinado pelo cineasta Uilson França, para eternizar o festival. O projeto tem o apoio da lei de incentivo Aldir Blanc.
Régis Santos
Criou a Usina Paulistana de Artes há 13 anos, em 2004. No espaço cultural acontecem oficinas de teatro, cursos de artes cênicas, debates sobre cultura em geral, saraus, exposições e ainda possui um local para ensaios teatrais. A sede da UPA está localizada no tradicional bairro da Bela Vista, coração cultural da capital, em um charmoso casarão do século XIX, construído em 1889 e tombado pelo Departamento de Patrimônio Histórico.
O artista traz em seu vasto currículo importantes peças teatrais como: “Cidadão de Papel”, “Prometeu Enjaulado” e “Torre de Babel”. Também atuou em musicais como “Casa de Brinquedo e Canção para os Direitos das Crianças”, de autoria do cantor e compositor Toquinho e “Os Possessos” com direção de Antônio Abujamra e produções cinematográficas como “Carandiru, o Filme”, entre outras.
Diretor teatral, Régis idealizou a ala teatral mais conceituada do carnaval no Brasil que coordena e dirige há 13 anos o grupo Samba-Cênico, ala teatralizada que por 7 anos desfilou na Sociedade Rosas de Ouro, 2 na Unidos do Peruche e 1 ano na Colorado do Brás com cases de sucesso em suas performances na passarela do samba.
Programação
16/03, às 21h – “Literatura Preta Periférica“
Mediador: Salloma Salomão (Salomão Jovino)
Convidados: Escritor Sacolinha (Ademiro Alves de Sousa), Michel Yakini, Monahyr Campos e “Dinha” ( Maria Nilda de Carvalho Mota)
18/03, às 21h – “Empreendedorismo Preto”
Mediador: Mariana Sancar
Convidados: Claudia Caetano, Danilo Gonçalves, Vera Campos e Gisele Barthar.
21/03, às 16h – “Afro-Religiosidade”
Mediador: Angelita Garcia
Convidados: Iya Denise T´Ogun Botelho, Baba Raphael Ty Odé, Iya Karen D´Osun e Baba Daniel de Oxaghian
23/03, às 21h – “Teatro Preto”
Mediador: Sidney Santiago
Convidados: Dirce Thomas, Jé Oliveira, Lucélia Sérgio e Mario Alves Chocolate
25/03, às 21h- “Cinema Preto”
Mediador: Janaina Refem
Convidados:Renato Candido, Uilson França, Tiély e Jéssica Queiroz
28/03, às 16h- “Carnaval”
Mediador: Régis Santos
Convidados: Solange Cruz Bichara, André Machado, Luciana Silva e Murilo Lobo
Assessoria de imprensa Festival Usina de Arte, Cultura e Economia Criativa
Lara Schulze – 9.49861313