Nesta quinta-feira (24), aconteceu o Ato Póstumo Inter-religioso em Homenagem ao Papa Francisco, no Salão Nobre do IFCS/UFRJ. O evento foi realizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), com apoio da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e o Laboratório de História das Experiências Religiosas (LHER).
O objetivo foi prestar uma homenagem ao Papa por sua trajetória marcada pela defesa da paz, do diálogo entre religiões e da tolerância em diversas esferas — social, política, econômica e espiritual. O evento também buscou promover a união entre diferentes crenças em um gesto simbólico de respeito, solidariedade e construção de um mundo mais plural e acolhedor.

Ao Jornal Empoderado, o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos, conselheiro estratégico do CEAP, afirmou que o Papa Francisco foi “a pessoa que mais incentivou o diálogo inter-religioso no mundo, especialmente no Brasil.” Sobre o evento, Ivanir destacou: “Levando em conta que ele nos recebeu em 2013, representando a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, nada mais justo que um momento como esse pra gente ser solidário e compreender essa lacuna que fica para todos nós no mundo”.

Já o Arcebispo Kyohaku Correia, monge budista do Budismo Primordial, comentou sobre a importância do evento: “É importante porque permite que cada um possa se expressar. Ter a liberdade de buscar aquilo que ele quer, que ele sente que precisa, sem ser censurado, sem nenhum tipo de imposição. Antigamente, isso não era permitido. Quando você expressava sua crença, você sofria deboche, tinha muita perseguição.”

Além disso, Correia frisou a necessidade de haver paz entre religiões e criticou os conflitos religiosos, dizendo que eles não fazem mais sentido. “Passou, já deu. Principalmente nós, religiosos, temos que dar o exemplo de paz. Temos que provar isso. As pessoas não vão acreditar naquilo que a gente acredita”, disse o arcebispo ao JE.
Esse é o verdadeiro sentido do diálogo inter-religioso: amar, unir e respeitar. Líderes de diferentes crenças se reúnem em nome da paz, promovendo o amor e enfrentando, juntos, a intolerância religiosa. Um mundo verdadeiramente plural, diverso e inclusivo só se constrói com o respeito às liberdades individuais e à fé de cada pessoa.
