Todos os anos, no período que vai do meio de maio e até a segunda semana de junho, somos inundaos com propagandas que pretendem celebrar o amor. Junho chegou e com ele, o dia dos namorados. O fato é que as datas comemorativas são responsáveis por uma grande movimentação do mercado e da economia, pois são impulsionadoras do consumo.
Dentre os diversos eventos que abrangem esta data comemorativa, o Encontro Preto, aconteceu no IPDH (Instituto Palmares de Direitos Humanos) – instituto importante na luta por igualdade racial , localizado na Rua Mem de Sá 39, em frente aos Arcos da Lapa, no último dia 02, reúniu artesanato, produtos de beleza orgânicos, alimentação natural, peças estilosas e exclusivas, além de acessórios e itens de decoração.
Segundo os organizadores, cerca de mil pessoas estiveram presentes na busca pelo presente ideal, diante da diversidade de expositores dessa edição, sendo eles: O Alquimista de Chad, Tendência Black, Maria Chantal, Uzuri, Ayo, Alquimias de Cura, Crioula Criativa, Taboca Jóias, Nzinga Moda Afro, Nombeko, Winda, Isa Massoterapeuta, e Kuumba Presentes. Estes são empreendedores e empreendedoras autônomos em diversas áreas: moda, gastronomia, brinquedos, produtos naturais para higiene pessoal, entre outros.
Segundo, Yohaness Hugo Chad, um dos organizadores do evento e criador da marca O Alquimista de Chad. organizador – o Encontro Preto é uma feira que visa potencializar os afroempreendedores que não possuem local para expor. Gerando uma plataforma voltada para a economia colaborativa: união de resgate da ancestralidade, consumo, moda e representatividade através do empreendedorismo.
Um encontro de afroempreendedores que fazem seus próprios produtos, em pequena escala e até mesmo exclusivos utilizando matéria prima de mínimo impacto ambiental. Uma das maneiras de consumir com mais sustentabilidade é comprando diretamente das mãos de quem produz aquilo que você quer.
O afro-empreendedorismo carrega o empreendedorismo, a essência, a ideologia, a proposta e o engajamento que reafirma sua raiz e o faz valer-se como canal de discussões sobre assuntos de extrema relevância como a inserção social, o racismo e o empoderamento. Nos últimos anos, o número de mulheres que começaram a empreender cresceu muito, tanto no Brasil como em outros países.
As mulheres são protagonistas em diversos segmentos na sociedade brasileira, o empoderamento feminino está na ordem do dia e no empreendedorismo não é diferente. Mulheres empreendedoras estão por toda a parte, em diferentes ramos de atividade e com diferentes perfis. No comando do salão de beleza do bairro ou à frente de uma startup, as mulheres buscam sua autonomia financeira. O empreendedorismo é visto como uma das formas de empoderamento feminino. É um instrumento de transformação social e vai além da questão empresarial. Faz parte das ações para dar visibilidade e chamar a atenção para causas pertinentes às mulheres, como a igualdade salarial e a inclusão no mercado de trabalho.
Conciliar a vida pessoal familiar com a gestão do negócio, aparece como o grande desafio das mulheres empreendedoras. Mesmo com o aumento da participação feminina no mercado de trabalho, as atividades domésticas realizadas no dia a dia ainda são desiguais: além da criação dos filhos, as mulheres ainda são as mais responsáveis pelos cuidados da casa. Isso explica porque a maioria tende a empreender na própria residência.
O conceito de economia colaborativa está sendo replicado em diversos segmentos e um deles é a moda. Seguindo preceitos da economia compartilhada e com um objetivo: unir a moda ao consumo consciente. Somente o pensamento colaborativo responsável, baseado na compreensão de que tudo que eu faço afeta o outro e retorna para mim é capaz de gerar iniciativas, negócios, ações mais benéficas. Mas, não basta querer implementar uma ação colaborativa ao reunir pessoas com o mesmo propósito, isso um “clube de investimentos” também faz. É preciso uma mudança, uma transformação profunda na nossa cultura da competitividade.
Todo e qualquer evento que disponibiliza expositoras, traz a moda, esta considerada uma forma de expressão simbólica, visto que até quando não seguimos a moda estamos comunicando algo. Raras são as ocasiões em que temos a presença de um brechó, salvo exceção da Feira de Brechó que já acontece em São Paulo. Empreendedores e startups estão trabalhando para mudar esse paradigma ao unir algo que antes parecia um conflito: ter um guarda-roupa sempre renovado sem necessariamente acumular peças e mais peças. É a economia colaborativa transformando o negócio da moda e criando marketplaces para que as pessoas possam vender/comprar/trocar/alugar aquele item que está parado, permitindo que ele seja útil o tempo todo.
A participação das mulheres empreendedoras no mundo dos negócios não é passageira. A tendência é que ainda surgirão muitos negócios comandando por elas. Para isso, precisam superar os desafios e focar na gestão do negócio. Abrir mercados, explorar nichos, buscar novas oportunidades são algumas ações necessárias. Buscar inspiração na trajetória de outras mulheres empreendedoras é um dos meios de crescer e deixar as barreiras para trás. Deste modo, Fabiana Generoso, afroempreendedora, criou um espaço (JETTSONS) voltado para o resgate do encontro marcado entre as afro empreendeoras (estar junto alem do whatsapp, dos tradicionais grupos).
Outro caminho importante é buscar capacitação atraves de apoio de entidades/instituições. Participar de cursos, dá a possibilidade ainda de conhecer outras mulheres empreendedoras, compartilhar experiências, na busca de soluções.
Na moda não é diferente, inspirar-se e capacitar-se, se faz necessário. Assim como na ‘febre’ das figurinhas e álbuns da Copa do Mundo, comunidades nas redes sociais foram criadas e encontros realizados para a troca das ‘figuras repetidas’. Este movimento ocorre com segmentos diversos, inclusive na moda, quando grupos se encontram para falarem sobre o que gostam e ainda conseguirem um item raro para a coleção. Os eventos são até categorizados, ou seja, há uns dedicados para roupas tamanhos plus size, estilo vintage, e assim todas as tribos realizam suas trocas.
A palavra brechó entra no cenário comercial e da moda como referência de lugares onde é possível encontrar peças de roupas e acessórios em geral com preços mais acessíveis. Neste movimento, nasce as feiras voltadas para o segmento de brechós, assim como a Vitrine Criativa, onde a presença feminina predomina não apenas na clientela, mas nas expositoras.
Na busca de fortalecer o movimento de repensar o papel da moda e buscar opções ao hiperconsumo e à hiperprodução ressigificando as relações entre o vestir e o consumir, o projeto Silva & Silva Luluzinha Boutique/BRECHÓ, incentiva uma nova perspectiva em relação às roupas e ao seu consumo por meio de palestras, consultoria e a realização do VARAL DA TROCA. Reforçando o conceito de que um guarda-roupa ideal não é aquele lotado de peças, mas aquele que atende no momento presente e lhe representa.
O próximo VARAL DA TROCA ocorrerá este mês, dia 15, no Jettsons, espaço localizado na Galeria Metrópoles – Av. São Luis, 187; subsolo – loja3 na República, São Paulo. Idealizado e sob a curadoria de uma afro empreendedora, Fabiana Generoso, a qual acolhe regularmente os ensaios fotográficos e os eventos da Luluzinha Boutique.
Separe seus desapegos, lembrando das regras básicas – peças higienizadas, bom estado de uso e garimpo garantido.
Silva & Silva Luluzinha Boutique
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