Localizada na Avenida Rio Pequeno, nº 1850, no bairro do Butantã, a Acadêmicos do Butantã chega para somar e encantar no carnaval. Criada com muito amor, carinho e objetivos traçados a escola vem animada para a sua primeira disputa.
O Jornal Empoderado conversou com o presidente da agremiação, Fernando Machado, para conhecer e saber mais sobre a caçula do carnaval paulistano.
Qual a origem da escola?
“Fui diretor, harmonia e chefe de ala na Dragões da Real. Ali mesmo conheci o Cleber Queiroz, que era coordenador de uma ala.
Em agosto de 2019 saí da Dragões da Real e me tornei diretor de carnaval em outra agremiação. Por coincidência, o Cleber estava lá, juntamente com o Adilson Bizu.
Tivemos conflitos de ideias com a gestão da agremiação e em conversa resolvemos fundar uma escola.
Mas como fazer tudo isso? Será que a UESP aceita? Há muita burocracia? Custos?
Como frequentava reuniões na UESP busquei todas as orientações e em 18/09/2019 fundamos a escola.
Para definir o nome houve um estudo geográfico na região. Mas ainda faltava a imagem para representar a agremiação. A primeira opção foi uma cobra, mas pela imagem e o símbolo não gostamos. A segunda opção foi uma pantera, mas também não gostamos. Como tenho paixão pela escola Império de Casa Verde sugeri o tigre e foi aceito”.
Como tornou-se presidente da escola?
“Basicamente, pela minha experiência em outras agremiações. Isso vez com que eu mudasse meu jeito e minha postura inclusive, nas redes sociais”.
As pessoas do bairro são participativas?
“Sim, são muito participativas. Devido à pandemia não temos eventos, mas eles participam, ajudam e aderem ao nosso plano marketing”.
Qual a origem do nome da bateria (Ritmo Feroz)?
“O Cleber sugeriu esse nome e na hora aderimos”.
Como definiram o enredo para o carnaval 2021 (Origem da Vida. De onde viemos? “Um mistério indecifrável”)?
Seria uma homenagem, mas a família não aceitou. Então, nosso carnavalesco, Divo Nascimento sugeriu o enredo para contar as teorias da origem da vida. Há várias mitologias, várias teorias e a análise científica. Analisamos a sinopse criada por ele e só acrescentamos “a origem da escola””.
Você pode nos dizer quem seria esse homenageado?
“Nós queríamos fazer uma homenagem ao Reinaldo, príncipe do pagode, mas a família não autorizou, pois disseram que ele não quis em vida, portanto, respeitaram a vontade dele”.
Vocês têm algum projeto para chegar ao grupo especial do carnaval de São Paulo?
“Com todo respeito as outras escolas que tem mais gabarito, o nosso objetivo é não patinar nos grupos. Não temos noção de como será o carnaval de 2021 devido à pandemia, e calculando não subir em um determinado ano, a nossa meta é que em 2028 estejamos no grupo especial. Tem que ser algo forte e objetivo. Se não acontecer é porque fracassamos de alguma forma”.
Vocês criaram carteirinha para os componentes que tem vantagens. Como funciona? É a saída para as agremiações?
“Não é a saída, mas é uma das. É necessário ter um pensamento mais moderno e administrar de uma forma para angariar fundos para a escola. Precisamos fazer caixa, precisamos fazer as fantasias, pavilhões, instrumentos e esse programa já fez diferença nessa pandemia.
Ao fazer a carteirinha o componente terá descontos nas refeições e nos artigos da escola”.
Nas redes sociais o marketing é bem ativo. Quem é responsável? Há outras ações a serem adotadas?
“No começo não era ativo. Fechei com um diretor de comunicação, mas não gostei, não estava do jeito que eu queria. Então, fechei com um diretor de marketing, mas também não ficou como queria. Aí eu mesmo assumi, mas fiquei sobrecarregado e a Nathália, do Departamento Social assumiu no final de julho”.
Há um Save The Date 19/09, nas redes sociais. Pode nos antecipar alguma coisa?
“No dia 18/09, sexta-feira, será aniversário de um ano de um sonho e com muita honra, no sábado, faremos uma live para comemorar com artistas, duas ou três escolas participarão. Terá apresentação dos casais e comissão de frente. Esperamos que todos gostem”.
Existe alguma ação para que a escola entre na luta antirracista?
“Muitas escolas estão usando este enredo e é uma luta do samba. O Cléber é muito atento aos temas e atua nos bastidores. Quando começar os eventos faremos algo diferente, uma ação de conscientização”.
Quais ações sociais a escola está realizando durante a pandemia?
“Distribuímos 4200 marmitas. Aproximadamente, 2500 cestas básicas do final de março até hoje.
Sou uma pessoa de origem humilde e sei da dificuldade. Pedi apoio ao departamento social.
Nos deparamos com uma família onde moravam 28 pessoas em um barraco. Agimos e pedimos ajuda. Conseguimos construir mais um cômodo, doamos cama, mantimentos e ajudamos durante alguns meses.
Através das redes sociais uma senhora pediu ajuda e com parceria fizemos uma compra de alimentos para ajudá-la.
Ajudamos pessoas das comunidades Água podre, 1010 e Sapé.
Com a arrecadação dos lacres das latinhas conseguimos doar 11 cadeiras de rodas. Todos ajudaram e os botecos da periferia foram essenciais para essa conquista.
Peço até para que a comunidade nos ajude com doação de lacres, para isso, é só nos contactar através dos nossos canais”.
Qual mensagem você deixa para a comunidade?
“Tudo vai passar. Vamos nos encontrar e seremos felizes. Cuidem-se! Conto com todos vocês nos ensaios e no desfile.
Faremos de tudo para que se sintam em casa e sem medir esforços para tratar todos muito bem”.
Ficha Técnica:
Presidente: Fernando Machado
Fundação:18/09/2019
Cores oficiais: Preto, Amarelo e Branco
Carnavalesco: Divo Nascimento
Mestre de Bateria: Mestre Buchecha
Primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira: Elaine e Franco
Coreógrafo(a) da comissão de frente: Renata Caroline
Diretor de Carnaval: Clayton
Diretora de Harmonia: Sheila
Rainha da Bateria: Aline Cássia
Intérprete: Vitor Divinal
Ordem do desfile em 2021: a definir
Enredo de 2021: Origem da Vida. De onde viemos? “Um mistério indecifrável”
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Youtube: GRCES Acadêmicos do Butantã
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