No último sábado, o Brasil relembrou a trágica goleada de 7 a 1, aplicada pela seleção alemã no “escrete” canarinho em pleno Mineirão. A goleada expôs ao mundo a desorganização brasileira justamente no “orgulho nacional”, o Futebol, deixando uma ferida profunda que durará anos para cicatrizar. Futebol a parte, infelizmente o Brasil vive sendo goleado nas questões mais relevantes, começando pela classe política que, a cada jogada, faz os corações dos brasileiros entrar em desespero. Na educação e na saúde, mais um 7 a 1, com professores mal remunerados, escolas sucateadas, ausência de médicos, principalmente nas periferias, e falta de medicamentos essenciais. Na segurança pública, o que dizer, justo na semana que uma criança, no aconchego do útero, foi baleada, correndo risco de ficar paraplégica, uma lástima que apenas confirma as nossas falhas como sociedade.
No último sábado fez um ano que o Brasil foi goleado por 7 a 1 pela Alemanha e, também no último sábado, diante de todos os acontecimentos na esfera política e social, chego a constatação que a Alemanha nos fez um favor, isso mesmo, graças a goleada, Barbosa hoje, mais um dentre tantos atletas descamisados desses rincões, descansa em paz, corrigindo uma das maiores injustiças da história esportiva nacional. O homem que cumpriu a pena “mais longa” da história, teve o descanso merecido, limpo, sem culpa, tão pouco dolo. Barbosa foi apenas um esportista, um entre muitos que carregou um fardo que não lhe cabia, defenestrado por todos, alçado a vilão sem ser. Se todos os políticos corruptos tivessem sofrido o que Barbosa sofreu, esse país seria outro mas felizmente estamos no Brasil, terra do samba, das festas e onde tudo acaba em pizza. Culparam Barbosa por um mísero gol, os mesmos que, do alto de seus condomínios, com suas vestes douradas e estridentes panelas, assistem calados o arquivamento das infindáveis denúncias de corrupção onde ministros do STF, bailando como Pelé, vão marcando um, dois, três gols pelo “tapetão FC”, naquele esquema tático descrito pelo “prof” Romero Jucá, um sacrilégio para a alma do Brasil.
Todos os dias temos uma goleada e, para não passar em branco, convém lembra-los, de cada um deles: Gol da Alemanha que com trabalho massacrou a corrupta CBF, Gol da impunidade, Gol da Violência, Gol do Racismo Institucional, Gol do descrédito da classe política, Gol da Imprensa golpista, Gol da Intolerância sexual.