Entrevista com o Dj Paul que pegou toda a evolução da cena Rap até os dias de hoje. Uma referência no cenário Hip Hop e hoje também ministra palestras de Coach artístico. Vai perder esta entrevista?
JE: Fale sobre os 25 anos da banda RPW, como foi esta estrada? Como nasceu a banda?
Dj Paul: Alegrias e frustrações fizeram parte da trajetória formado na cidade de São Paulo em 1991, somos o primeiro grupo nacional a introduzir o Stage diving em shows de Rap no Brasil.
JE: Como foi fazer show com a saudosa “Dina Di”?
Dj Paul: Dina Di Minha amiga, me lembro dela no meu Stúdio Laink-za escrevendo suas letras de manhã e não parava. Passávamos o dia inteiro e até de madrugada produzindo suas bases guias. Tocamos juntos muitas vezes, mas Deus precisou dela lá em cima,
JE: Em um momento de empoderamento feminino, qual a importância de mulheres como: Dina Di, Rubia, SHARYLAINE e Mc Soffia hoje?
Dj Paul: Se classifica como direitos iguais, homens e mulheres podem dividir o mesmo interesses
JE: RAP GOL em prol da CAMPANHA DO AGASALHO, pela primeira vez os melhores Rappers em Barueri, em uma noite descontraída!. Quais projetos sociais a banda e o Paul participaram nestes anos todos?
Dj Paul: Bom RPW encerrou as atividades este ano, agora eu estou trabalhando como DJ e produção de eventos e realizando palestras em locais públicos como casa de cultura, etc. (Coach Artisticos) e produzindo músicas para meus amigos
JE: E sobre o Fim da Banda, por quê?
Dj Paul: Em primeiro, devido ao meu trabalho fica difícil cumprir agendas de shows e meus estudos. Pra ser programador tenho que estudar muito e fica difícil fazer 4 coisas ao mesmo tempo
JE: A relação do RPW na década de 90 com pichadores e os bate-cabeças. Vocês são os percussores daquilo, pensam assim?
Dj Paul: Não. RPW apenas apoia o direito de expressão e pichação querendo ou não é uma maneira de se expressar, RPW SIM SOMOS OS PERCURSORES DA SAFRA DOS ANOS 90 A ESTUDAR,
JE: Pimpolho fala do antigo “lagartixa”, ainda existe este estilo? Explica o que era “lagartixa” para os mais novos.
Dj Paul: Não existe mais! RPW exterminou (risos), eram uns caras que rebolavam mas que mulher nos bailes Black e pagavam de “boy” sendo que não tinham condições. Não gostamos de mentira aí virou música e hit com participação de Ugly do Filosofia de Rua
JE: Rap ainda é som de periferia ou já virou também som de “boy”?
Dj Paul: A origem do Rap vem de protestos, porém no decorrer dos anos como tudo evolui, o Rap invadiu todas as classe sociais, mas nem todos curtem
JE: Como começou a pensar em ser Dj e qual foi seu primeiro baile ou show?
Dj Paul: Quando ganhei o disco do Djavan da minha irmã e uma vitrola, meu primeiro baile foi no aniversário de um amigo,
JE: Dj ouve de tudo, mas tem sons que você mais gosta?
Dj Paul: Sim ouço tudo, mas o que mais me identifico é hip hop
JE: Qual melhor Show que fez?
Dj Paul: Rock in Rio 2001 e 300 anos de Zumbi no vale do Anhangabaú.
JE: Gostaria de tocar onde?
Dj Paul: Lollapalooza 2018
JE: Um DJ é “autor”, ele é criador de música? Ele deveria receber direitos autorais?
Dj Paul: *Sim é autor e intérprete. Eu já recebo por isso estudo as leis
Nota: Complementou o Dj Paul: “Tem muitos Djs que escrevem a letra da música, mas não colocam como direitos autorais, pois eu já recebo como autor e intérprete e quando o produtor realiza a produção do disco ele assina como co-produtor do disco. Então ele tem nas músicas também o nome dele. Isto faz com que ele receba pela musica executada, pois pela produção quem paga é a gravadora ou o artista que esta fazendo o trabalho.”.
JE: Misturar estilos musicais ainda é tabu no Rap? E duetos com outros estilos musicais?
Dj Paul: Eu particularmente não vejo fronteiras em misturar sons e estilos musicais, isso já está acontecendo com o Rap
JE: A mídia grande já respeita e abre mais a porta pro Rap ou somente para alguns?
Dj Paul: Somente para profissionais, a mídia não trabalha com armadores.
JE: Rap x Funk? Por que o Funk popularizou tanto e fez tanto dinheiro para os envolvidos?
Dj Paul: Os cantores de funk, a maioria trabalha com produtores que acabam auxiliando os mesmos a investir o que ganham, o que não aconteceu com os cantores de Rap, não tinham nenhuma orientação financeira e de carreira artística e por isso que começarei a dar palestras para orientar quem realmente quer viver desta profissão
JE: Saíram muitos livros sobre hip-hop e rapers, Edu, ex-Facção por exemplo. E você pensa lançar um seu?
Dj Paul: Por enquanto só plantei arvores quem sabe mais pra frente,
JE: Você esta ministrando palestras de Coach artístico. Fale um pouco mais sobre esta sua fase
Dj Paul: O Coach artístico é uma ideia minha de anos atrás quando palestrava nas escolas sobre a existência do DJ e hoje quero fortalecer os artistas underground que é necessário, organização, planejamento, estruturas por trás de tudo que acontece para ter sucesso profissional. Tudo que aprendi durante esses anos irei resumir em palestras de no máximo uma hora com conteúdos que muitos nunca ouviram ou viram.
JE: Que dicas pode passar para quem deseja ser Dj? Mande uma mensagem final para os leitores do Jornal Empoderado.
Dj Paul: Para quem quer ser Dj Profissional e viver disso, trabalhe muito pois não é fácil como nada na vida é fácil. Quando comecei a tocar treinava todos os dias no mínimo 8 horas, pois encarei como fosse um trabalho desde o começo levei a sério, acho que foi por isso que aprendi muitas coisas. Nunca se limite em ser somente um DJ, eu não paro de me atualizar, é como se você fosse um programa. Sou Dj, Produtor Musical, Produtor Artístico e de eventos, Técnico em áudio, Sonoplasta e Desenvolvedor de sistemas.
“Focar em um objetivo de cada vez, Força para nunca desistir de lutar e Fé pra se manter de pé enquanto puder;”
DJPaul
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Leio ou li muito pouco sobre DJs, Hip Hop, Funk brasileiro e afins desse novo universo do mundo da música que também é muito apreciado em diversas áreas de classes sociais, já tinha ouvido que eram tão criadores musicais quanto qualquer outro profissional da área mas, no nível que o Dj Paul atingiu e diz querer que todos atinjam é novidade, e altamente profissional e positivo, só precisa-se saber se os futuros Djs conseguirão atingir o nível de profissionalismo que por ele é proposto, brasileiros ainda não construíram esse senso de disciplina tão exigido a quem quer estudar.