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Finalizamos o Mês das Mulheres com “chave de ouro” em um bate papo com Paloma Cipriano. A estudante de publicidade ficou conhecida como a “menina pedreira de Sete Lagoas” por, literalmente, colocar a mão na massa.
Com muita garra e determinação, aos 16 anos, a garota decidiu fazer um curso de alvenaria, para então ajudar a terminar a casa que mora com a mãe e dois irmãos. Para assim economizar dinheiro com mão de obra.
Hoje com 23 anos de idade, quebrando tabus e preconceitos, viralizou na internet com seus vídeos no estilo “faça você mesmo” sobre reforma e construção. No final do ano passado, a mineira foi pauta do “É de Casa” da TV Globo. Atualmente, seu canal no youtube tem 119 mil inscritos e mais de 6 milhões de visualizações.
Será que a mulher é o sexo frágil?!
Conheça agora um pouquinho sobre a história de Paloma!
JE – De onde surgiu a ideia de colocar a mão na massa?
PALOMA – Não foi uma ideia que surgiu do nada. Sempre fiz tudo que precisou ser feito, minha mãe ensinou eu meus irmãos assim. Então para a gente é comum.
JE – E quando surgiu a ideia de criar um canal no youtube de dicas
de construção e reforma? Desde quando existe o canal?
PALOMA – O canal existe há mais de 2 anos. Mas o conteúdo de construção surgiu, quando eu estava assentando piso no meu quarto e minha mãe me deu a ideia de gravar, já que eu não estava tendo muitas ideias de vídeos para meu canal, que na época era de vlog pessoal.
JE – Quando o Canal começou a fazer sucesso?
PALOMA – O canal começou a ter visibilidade algum tempo depois que eu postei o primeiro vídeo de construção. As visualizações cresceram gradativamente.
JE – Alguém te ajudar a realizar os trabalhos? Quem?
PALOMA – A única pessoa que me ajuda nos trabalhos é minha mãe – Ivone.
JE – Você sofre preconceito por ser mulher e realizar este tipo de trabalho, que é considerado um trabalho para homem?
PALOMA – Acredito que o preconceito de pessoas, por sua maioria homens que existe nas minhas redes sociais, é só um reflexo do preconceito que existe no Brasil e no mundo. Então não vejo problemas com os comentários desse tipo, na verdade me alegra muito saber que pessoas que pensam assim estão assistindo meus vídeos, talvez isso possa ajudar ela a mudar seu pensamento.
JE – Você se considera feminista?
PALOMA – Já pensei muito sobre isso, leio muitas coisas também, e minha opinião já mudou várias vezes e pode ser que mude novamente. Hoje eu me considero feminista sim, mas só se você for levar em conta o significado real da palavra, não o que a maioria das pessoas hoje consideram como feminismo. Eu sou um tipo de feminista que dificilmente bate boca, ou dificilmente escrevo textões, ou ao menos tento mudar o pensamento do outro a força. Eu acredito que nossas atitudes realmente valem mais que nossas palavras.
JE – Na sua opinião, sua atitude colaborou ou colabora para o empoderamento da mulher?
PALOMA – Acredito que com meu canal, outras mulheres podem perceber que não precisam ser apenas como a sociedade determina. Que podem descobrir várias coisas legais que nunca se imaginariam fazendo, e que podem trazer a elas mais liberdade e prazer nas coisas, consequentemente se sentirem mais empoderadas.
JE – Em quem se espelhou para realizar o trabalho de pedreiro?
PALOMA – Minha mãe, ela faz tudo. As pessoas pensam que eu faço de tudo e eu sou uma pessoa guerreira. Mas eu digo que não sou nem um terço do que ela é.
JE – Seus irmãos também te ajudam?
PALOMA – Somos em quatros irmãos, tenho uma irmã de 28 anos, casada e uma de 20 anos solteira, e um irmão de 11 anos. Eles não gostam de fazer esses trabalhos, mas se precisar fazem de tudo também.
JE – Sua família te apoia ou critica?
PALOMA – Apoia com certeza.
JE – Qual a repercussão nas redes sociais? Existe machismo e preconceito?
PALOMA – Existe muito, mas como comentei anteriormente, não me incomodo.
JE – Sua maior audiência é de homens ou de mulheres?
PALOMA – Hoje é maior masculina, mas isso vem diminuindo bastante.
JE – Quais são seus planos para o futuro?
PALOMA – Hoje eu só penso em terminar a casa da minha mãe, que é onde eu gravo meus vídeos. Depois disso ainda estou pensando no que fazer.
JE – Qual o recado que você daria para as mulheres que se deixam abater pelo machismo?
PALOMA – Não acho que as mulheres que se deixam abater, pensam em machismo, talvez nem saibam realmente qual o significado da palavra. Acho que elas têm que começar a olhar mais ao seu redor, e ver as coisas que estão acontecendo, a partir daí ter uma opinião sobre isso. Se querem continuar onde estão, ou se querem fazer alguma coisa para mudar tudo isso.
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