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Livro: O amor me Espera em África

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Quando Luciene – a quem nunca conheci pessoalmente, mas aprendi a amar – me procurou dizendo que era minha fã, que lera todos os meus livros e queria que eu escrevesse um romance sobre a vida dela, perguntei porque. E ela me respondeu alguma coisa mais ou menos assim: “Porque eu vivi em África e lá, além de encontrar meu amor, aprendi muito sobre as mulheres e sobre o lado mágico, feiticeiro, da vida e você é a autora de Todas as Mulheres São Bruxas”. Topei. Agora o livro está pronto, na editora, para ser impresso e Lu não está mais aqui. Mas deixou seu sonho e a sua história de presente para mim e para todos os nossos leitores. Quer mais? Leia um trecho no link abaixo:

“Luanda estudara — e ainda estudava — desde criança a arte da manipulação das muitas substâncias que existiam nas plantas e também as que eram produzidas por insetos e outros animais. Eram segredos guardados há séculos pelos curandeiros e bruxos africanos e, na história da humanidade, haviam sido posse apenas de alguns povos da Antiguidade e da Idade Média, como alguns egípcios e alguns celtas. Segredos que possivelmente estariam hoje enfurnados nas prateleiras secretas da Biblioteca do Vaticano, segredos que faziam parte de um conhecimento que não cabia e que nem era conveniente que coubesse no rol do que se convencionara chamar de ciência. Luanda ria: ciência limitada, branca, ocidental, capitalista e cristã. Mas o mundo não era feito apenas desses itens. O mundo era África. O mundo era Amazônia. O mundo era Oriente. E muitas eram as técnicas e tecnologias excluídas dessa cultura dominante, orquestrada pelos países economicamente desenvolvidos que, na visão de Luanda, eram também subdesenvolvidos holística e magicamente. Um mundo que pensava poder aprisionar a realidade em caixinhas estanques, um mundo que pensava — com sua tecnologia baseada apenas no lado racional — poder classificar e dominar a natureza, ignorando que havia muito mais, na vida do planeta, do que os olhos e a razão conseguiam enxergar. O mundo dos bobos — julgava ela. O mundo dos padres que vieram para esse continente “catequizar” e escravizar seu povo, classificando-os de selvagens e passando por cima de sua sabedoria, ignorando arrogantemente que existia essa sabedoria… Luanda casara-se com Aravan sem saber que ele pertencia, de corpo e alma, ao mundo ocidental, ao mundo “branco”, como ela o chamava. Ela não. Era negra. Por fora e por dentro, com muito orgulho. E, assim como se casara com ele por interesse, na tentativa de recuperar um pouco do conforto financeiro com o qual fora criada, seria também capaz de mata-lo por interesse. Só não podia ser descoberta. Por isso o induzira ao sono e ao acidente. Mas existiam poderes ainda maiores. Esses poderes, no entanto, ela sabia, tinham um preço a cobrar, proporcional à sua grandeza. Um preço que ela, nem de longe, estaria disposta a pagar.” trecho do capitulo 18, Veneno de Abelha.

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