No último mês, aconteceu o 4º Congresso Global de Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa, na cidade de São Paulo. O evento internacional reúne mulheres empreendedoras de diversos países com o objetivo de compartilhar conhecimentos, discutir tendências globais de negócios e formar parcerias estratégicas que impulsionem o crescimento econômico liderado por mulheres. Com uma programação abrangente, o congresso apresentou painéis sobre temas como “O Poder do Networking nas Redes”, “Tendências do Futuro do Luxo: Conciliando Sustentabilidade, Exclusividade e Desejo”, “Relações Econômicas e Internacionais” e “Diversidade nos Negócios”.
O congresso é marcado em todas as edições pela presença de diferentes representantes de ONGs, Associações e empresários engajados à causa e entre eles o Centre Europe Africa que através das redes sociais, compartilhou que o evento “Foi comentado como portamos informação sobre as mulheres científicas, empreendedoras e empresárias africanas.” O Clube MNLP, organizador do evento, está composto por uma comunidade excepcional de empresárias de países luso-falantes, que criam sinergias comerciais enfocando a internacionalização e outros serviços.”

O Centre Euro África é um projeto participativo e inovador a nível europeu. Nasceu da necessidade sentida de unir forças para realizar um projeto comum, promovendo o diálogo, a cooperação, a reflexão e o intercâmbio de acordos, conforme estabelecido em seus estatutos fundadores, principalmente entre a Europa e a África.
O Centre usufruiu da necessidade de sua presença no Brasil para a participação do MNLP, que foi representado pelo atual presidente Divaika Kiemba Dina, para compartilhar com o Jornal Empoderado um detalhado artigo elaborado com dados e pesquisas que embasam sua visão sobre o presente e futuro do cenário econômico e reafirmam o compromisso com as mulheres empreendedoras africanas e o seu potencial de converter o cenário econômico no século XXI, leia a seguir na íntegra.
A economia da África nas mãos das mulheres.

Estamos atravessando um período crucial a nível mundial, onde as sociedades africanas, apesar de seguirem em frente, contam com a previsão de que em 2025 haverá um crescimento econômico de 2,5% do PIB e para 2026 de 2,6% do PIB. Os acordos da Área de Livre Comércio Continental Africana (AFCFTA) – iniciados em 2021 – ajudaram muito para que os mercados africanos estejam apresentando hoje um ritmo de crescimento econômico jamais visto anteriormente, com grandes oportunidades de expansão empresarial. O fato de que as mulheres empresárias africanas estejam cada vez mais presentes no mercado de trabalho, proporciona uma grande oportunidade para criar empregos e desenvolvimento econômico do continente, de fato se estima que grande parte do crescimento da renda no mundo, após a crise econômica, virá das mulheres.
De acordo com os dados do jornal “Expansión-Espanha” de 2019, 50% da população africana está formada por mulheres e, no que se refere ao empreendimento feminino, 27% das mulheres na África são empreendedoras. Este número é muito superior ao observado nas mulheres europeias, asiáticas e americanas.
As empresas de pequeno e médio porte serão aquelas mais relevantes para promover o progresso econômico e social que converterão a África no continente do século XXI. As mulheres africanas contribuem enormemente para o crescimento econômico na África, sendo criativas e criando empregos.
Um fator importante a ser considerado é que somente 30% da população africana tem um trabalho estável remunerado e com acesso à previdência social, à saúde pública, ao crédito, à educação ou à habitação. Atualmente, a criação de empregos é estimada em 220 milhões e 450 milhões de empregos são necessários até 2050, para atingir a força de trabalho disponível. Destacamos que 60% das terras na África não são cultivadas, o que é um fator importante a se levar em conta ao investir no continente.
Segundo o Banco Mundial, 40% das PME africanas indicaram que o acesso às finanças foi o principal obstáculo ao seu crescimento. Na verdade, o Centre Euro Africa visa criar empregos decentes e sustentáveis para mulheres e jovens, desenvolver a economia local e regional, estruturar capital e estabelecer processos para criar valor com impacto social que contribuirá positivamente para a melhoria do nível de desenvolvimento humano.
Nós, membros do Euro Africa Centre, estamos muito comprometidos com as mulheres africanas, uma vez que elas são em grande parte pioneiras e promotoras de mudanças econômicas, sociais e educacionais e, apesar disso, continuam a ter mais dificuldades em acessar crédito bancário.
Deve-se notar que, nos últimos anos, os investimentos em infraestrutura contribuíram para o desenvolvimento de mais da metade da economia africana, graças ao fato de que a comunicação entre a Europa e a África melhorou substancialmente e também ao aumento da estabilidade política em muitos países. Na realidade, ainda há muito a ser feito no continente africano e poderíamos impulsioná-lo ainda mais.
As mulheres africanas lutam por uma relação igual com países e empresas ao redor do mundo. Algo que os anglo-saxões chamam de vitória para vencer. Por isso, encorajo as empresas e escolas brasileiras e todo o resto da América Latina a procurarem parceiros locais no continente africano.
Acompanhe Divaika através da redes sociais em
