Por muito tempo livros, cinema e quadrinhos relegavam ao negro, papeis secundários em histórias brancas, reprimindo toda a herança que a cultura africana tem a oferecer.
Mas esse tempo está com os dias contados, diferente do que foi o blacksploitation (1970), que se destacava o protagonismo do negro, hoje vivemos uma produção do protagonismo da cultural Africana, seus valores e saberes foram resgatados. Os grilhões e navios europeus perderam o foco, em seu lugar heróis, belas cidades e deuses foram recuperados, e a autoestima dos descendente de africanos nunca estiveram tão alta.
Na música.
Em 2015 o Rapper Emicida lançou o Álbum “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa” o músico buscou inspiração no continente africano, e voltou com um som de impacto, reflexão e alento para o banzo. Já em 2016 o artista foi além e encheu de preto a passarela do São Paulo Fashion Week com o lançamento de sua marca laboratório Fantasma como grife.
Na literatura
Se as obras sobre a cultura negra são escassas, tente imaginar as que destacam a presença da mulher negra. A escritora Jared Arraes nos transporta para “As lendas de Dandara” no livro histórias da Guerreira quilombola são misturadas com ficção e um toque de fantasia. A obra sobre a companheira de Zumbi dos Palmares contrasta com a pálida literatura de I
saura, e enriquece a memória de Dandara, pouco lembrada na historiografia brasileira.
Na trilogia “Deuses de dois mundos” Pj Pereira cria uma ficção de fantasia e respeito sobre o mundo do candomblé, os protagonistas são; Newton, Jornalista que vive em São Paulo e não compreende nada sobre o culto africano, mas é conduzido ao seu universo como peça imprescindível, há também em algum tempo na Africa, Orunmilá, que não compreende porque seus poderes foram silenciados e contará com a ajuda de Exu, Ogum, Oxóssi e Oxum para reencontrar seus poderes.
Nos quadrinhos
Escrito por Alex Mir e Ilustrado por Caio Majado e Omar Vinole “Orixas: Do Orum ao Aye” é uma obra que encanta pela completude entre narrativa e ilustração, histórias do terreiro saem do sagrado para encantar nas páginas do quadrinho, onde se pode conhecer mais sobre os Orixás, o surgimento de suas histórias e a relação dos deuses com o mundo e com o povo que os cultuam.
Ainda em fase de produção, mas já muito esperada. Contos de Òrun Àiyé é uma obra do Quadrinista Hugo Canuto, o artista acredita que é preciso contar tramas que dialoguem com nossa cultura, à partir de outros olhares, e apesar, do Brasil ser o país que mais recebeu povos da diáspora, sua contribuição para o nosso desenvolvimento e importância ainda é subestimada sob camadas de preconceito. É necessário para entendermos nossa identidade como povo, e a lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da cultura afro-brasileira e africana se mostra fundamental, resgatando essa herança para as novas gerações. A previsão para o lançamento da HQ é junho de 2017
Nas telas
Não apenas um filme ou uma produtora, um grupo de brasileiros criaram uma plataforma. O Afroflix nasceu para agrupar e dar espaço para conteúdos que possuem pelo menos uma área de atuação técnica/artistica assinada por uma pessoa negra. Totalmente free, você encontra séries, documentários, programas diversos, curtas e clipes, é só dar play.
E você, gostou das obras destacadas? tem mais algum conteúdo para compartilhar? Diminua o banzo deixei seu comentário. Axé