Protestos na Faculdade é contra o modelo de gestão que dificulta permanência de bolsistas na instituição.
O Jornal Empoderado conversou com o estudante Wesley Fagundes Ribeiro do curso de “Engenharia de materiais”, do Campos da Zona Oeste (existem diversas sedes, como no Maracanã, zona norte, em São Gonçalo e Resende). Ribeiro é um dos manifestantes ocupantes da reitoria (protestos que vem desde julho) e nos contou como eles chama sobre o “AEDA da Fome”, pois diminui drasticamente a bolsa de cotistas (BAVS), que na sua maioria são pessoas negras e pobres.
O que são Bolsista Bavs?
É um auxilio financeiro é dado a estudantes necessitados que muita da vezes não conseguem entrar na Faculdade por diversos motivos, ou nas palavras do estudante Wesley: “Os bolsistas (BAVS) são uma categoria de estudantes necessitados que as vezes não conseguem entrar pelo sistema de cota, pelo simples motivo de faltar uma documentação, um pai ausente por exemplo já é um motivo, então ela não entra como cotista, mas como ela é carente do mesmo jeito, a universidade abre geralmente nos finais de período inscrições para o BAVS. Sendo aprovado, que é algo difícil, os estudantes conseguem receber no próximo semestre.”
Além da reitoria alguns professores conhecidos na instituição se mostram contrários a luta dos mais vulneráveis. Seja por apoio verbal ou artigos, docentes que deveriam entender as mãos a esses (as) alunos (as) mais vulneráveis, estão apoiando as medidas conservadoras da reitoria.
A pergunta que fica: Por que cota incomoda tanto? Sobre esta pergunta conversamos com o professor acadêmico, fundador da Rede Quilombação e jornalista Dennis de Oliveira:
“As cotas raciais são um instrumento fundamental para democratizar o acesso á universidade pública de jovens negros e trabalhadores corrigindo uma distorção histórica de uma instituição pública de qualidade- a universidade pública- ser usufruída somente por setores privilegiados. No fim, a maioria daqueles que sustentam a universidade com os impostos que pagam acabam tendo mais dificuldades de usufrui-la. Por isto, cotas e assistência estudantil são mais que necessários para a real democratização da universidade “
AEDA 38
Como diz a matéria do site https://aduff.org.br/ “O Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 038/2024 “estabelece compromissos acadêmicos mínimos para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil de graduação”, mudando os critérios e reduzindo significativamente as bolsas para estudantes em vulnerabilidade social na Universidade.
Na luta pela revogação da medida e pela recomposição e suplementação orçamentária da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, estudantes da Uerj ocupam, desde o dia 26 de julho, a reitoria da instituição, no campus do Maracanã, além das dependências da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) e da Faculdade de Formação de Professores (FFP), no campus de São Gonçalo.
De acordo com Renata Gama, 2ª Vice-Presidente da Regional RJ do Andes-SN e professora da Uerj, já existia o temor de que, em algum momento, essas bolsas e auxílios pudessem ser interrompidos, pois foram criados em caráter provisório, durante a pandemia da covid-19.”
Com a palavra Wesley Ribeiro
NOTA DA REITORIA EM SUAS REDES SOCIAIS SOBRE AEDA 38
“A Reitoria da Uerj anunciou ontem (29/8) a proposta de substituição do Ato Executivo de Decisão Administrativa (Aeda) 38/2024 pelos Aedas 41 e 42, ainda em elaboração, buscando um avanço nas negociações com o movimento dos estudantes. A declaração foi feita durante o Fórum de Diretores das Unidades Acadêmicas da Uerj, realizado no Auditório Cartola, no Centro Cultural da Universidade. No dia anterior, já havia sido anunciada, pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, a suplementação orçamentária de R$ 150 milhões para a Universidade, acrescida em R$ 9 milhões para a construção do Restaurante Universitário (RU) da Faculdade de Formação de Professores (FFP) de São Gonçalo.
As propostas presentes nas minutas dos Aedas 41 e 42 visam atender reivindicações dos alunos e, segundo a Reitoria, vêm instituir um regime de transição para os estudantes que não se viam contemplados no Aeda 38. “Reconhecemos a insatisfação desses alunos e a necessidade de aprofundar o diálogo. Estamos dispostos a substituir este Aeda 38 por dois outros Aedas que, dentro da realidade orçamentária de hoje, possam contemplar propostas que sejam acordadas pelos estudantes e que possam garantir uma transição até o final do ano”, afirmou a reitora Gulnar Azevedo e Silva.”
Nota sobre a AEDA 41 e 42, Wesley disse:
“Nada foi feito. Tem pessoas que vão receber o bota fora de 500,00 e vão sair da universidade. No próximo ano a mesma universidade já divulgou nas redes sociais que vão mexer nos cotistas. Como te mandei no vídeo a reitora dizendo até cortar tudo. E os professores estão com discurso que universidade não tem que ter assistência estudantil pois a universidade é pública. Na minha época também era e mesmo assim não consegui nem o dinheiro do vestibular.”