Marlone disputa hoje o prêmio Puskas, de gol mais bonito da temporada de 2016. O gol, marcado na vitória do Corithians contra o Cobresal a ser escolhido pela galera via internet. Os nomes dos indicados são: Marlone, do Corinthians, Mohd Faiz Subri, da Malásia, e Daniuska Rodríguez, da Venezuela.
O prêmio não vai mudar a vida do jogador, como ocorreu ano passado com Wendell Lira que ao concorrer ao prêmio estava sem clube. Marlone tem hoje uma carreira consolidada. Mas o prêmio pode coroar uma história de muita luta e dificuldades para chegar até o Corinthians. Longe de uma consagração como jogador de futebol, Marlone hoje busca um lugar ao sol no time Alvinegro.
Marlone vem de uma infância sofrida. Adotado ao nascer e com um irmão gêmeo de nome Marlon, Marlone veio ao mundo no começo de 1992. Sua mãe, a época com 13 anos não tinha condições físicas ou emocionais para cuidar das crianças, pois a gravidez foi resultado de um abuso sexual.
Foi para o Piauí e foi criado com outros cinco irmãos. Marlon, seu irmão gêmeo, também se tornou jogador de futebol, atuou no Olaria, Madureira, Boa e hoje está no Gama, do Distrito Federal. Marlone foi do Vasco, Cruzeiro, Fluminense e do Sport até ser contratado pelo Corinthians.
Sua carreira também foi muito sofrida… Nos alojamentos do Vasco não havia refeições após o almoço. As dificuldades financeiras eram extremas e ele não tinha de onde tirar dinheiro para se alimentar. Marlone contou em entrevista pela FOX que nessa época, quando o Vasco jogava aos sábados e nos domingos não ficava ninguém na concentração. Com fome, ele comia as sobras do lixo do estádio de São Januário.
Mais do que o prêmio Puskas, o meia que hoje veste a camisa do Corinthians venceu sua batalha desde sua concepção, passando por infância sofrida e carreira profissional bem complicada. A vida já deu a Marlone a sua grande vitória. O prêmio… se vier, será uma consequência. Marlone é sem dúvida, um vencedor.
Marcelo Alves Bellotti