Ilhéus tem representante no Conselho Estadual de Desenvolvimento da Comunidade Negra da Bahia. A novidade veio com a divulgação da nomeação e posse de novos membros para o período de 2021 a 2024. Neste contexto, o município celebra não apenas a conquista de um ilheense no conselho, mas o fato do representante eleito, Marcolino Vinicius Vieira, ter sido eleito na função como o primeiro jovem negro de periferia da história de ilhéus, um indicativo da credibilidade que a organização jovem de Ilhéus tem alcançado a nível estadual com a atuação de Marcolino Vinicius Vieira no Movimento Negro Unificado na Bahia.
Marcolino recebeu 50% dos votos válidos, ficando na lista de candidatos eleitos para Titular do Conselho Estadual de Desenvolvimento da Comunidade Negra, representante jovem da sociedade civil na vaga de Juventude Negra, para o período de 2021 a 2024, obedecendo, os artigos previstos pelo Decreto nº 20.299/2021 da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia.
O Governador Rui Costa (PT) assinou e realizou a nomeação no dia 06 de outubro de 2021, com publicação no Diário Oficial de Quinta-Feira, 7 de outubro de 2021 – ano CVI – Nº 23.266, Página 08. Todavia, no dia 24 de novembro que a posse ocorreu em Salvador, no Rio Vermelho, na programação da Semana da Igualdade Racial Mestre Moa do Katendê, encerrando a programação do Novembro Negro da Bahia, promovido pela SEPROMI sob a chefia da Secretária Doutora Fábya Reis, ao qual representou o Governador na solenidade.
Durante o evento a secretária deu posse ao Conselho Estadual de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e Conselho para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais (CESPCT), que passam a contar com novos integrantes a partir de processo eleitoral e indicação de representantes governamentais. Ao todo, esses conselhos possuem quase 100 integrantes de segmentos como quilombolas, indígenas, fundos e fechos de pasto, marisqueiras, terreiros, afoxés, irmandades negras, população em situação de rua, mulheres negras, LGBTQIA+, Juventude Negra, dentre outros.
Com a eleição de Marcolino Vinicius Vieira, como Conselheiro do Estado, ilhéus e região está bem representada. Marcolino Vinicius Vieira é “poeta de busu” e vagão de metrô em Salvador, bacharelando em Produção Cultural, Graduando em Gestão Pública e Social, líder do movimento jovem reúne ilhéus, fundado em 2013, porta voz junto a outros jovens do Coletivo de Juventude Negra de Ilhéus, pessoas antirracistas que organizaram diversas atividades como o primeiro Seminário Municipal da Juventude Negra (SEMUJUNE) na Câmara de Vereadores, a Conferência Municipal de Juventude elegendo delegados e delegadas Jovens para a etapa estadual e nacional no colégio CEEP e o primeiro Festival das Juventudes de Ilhéus no Teatro Municipal na rua Jorge Amado com apoio da Secretaria Municipal de Cultura na gestão de Pawlo Cidade, atual presidente da Academia de Letras de Ilhéus.
O Coletivo de Juventude Negra coordena junto com Marcolino as BibliotecAfro e EscolAfro com ações na Escola SESI do sistema FIEB, em escola no distrito e na periferia do Nelson Costa em Ilhéus e em Salvador no Colégio Estadual do Bairro Liberdade, desenvolvem trabalhos na preservação, manutenção e divulgação da cultura afro-brasileira, com grande engajamento na promoção de ações pela Igualdade Racial.
As Bibliotecafro e Escolafro também é referência na aplicação da lei federal 10.639, que determina a introdução de temas ligados à cultura afro nas unidades de ensino, bem como no compromisso com a igualdade racial em Ilhéus, São Francisco do Conde, Itabuna, Itacaré, Santo Antônio de Jesus e Salvador.
CDCN – CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA DO ESTADO – O CDCN é um órgão colegiado da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de caráter consultivo, formado por 21 conselheiros, sendo 6 do poder público e 15 da sociedade civil, com igual número de suplentes. Tem por finalidade a promoção do desenvolvimento social, cultural, político e econômico da população negra mediante a análise, formulação, proposição, avaliação e acompanhamento de programas e políticas públicas de enfrentamento às desigualdades étnico-raciais.
O Conselho funciona como uma espécie de parlamento temático onde os problemas mais atuais que afetam a comunidade negra da Bahia são discutidos e de onde saem proposições para a resolução dos mesmos. A maior participação da sociedade civil é uma garantia de amplitude, autenticidade e foco nas reais demandas da população negra; à representação governamental cabe o debate e análise das mesmas sob o prisma da viabilidade técnica e orçamentária.
