Dona do seu corpo, das suas palavras e das suas ideias, Jacy Lima fala de assuntos como sexo, orgasmos, hipersexualização do corpo negro e saúde da mulher, sem vê-los como um tabu. A atriz, youtuber e influencer acredita que a comunicação é a ferramenta essencial para trazer informações e derrubar problemas como o machismo e o feminicídio.
Por isso, no dia 25 de julho, data em que comemora-se o dia internacional da mulher negra, latino-americana e caribenha, Jacy vai usar o seu instagram, rede onde acumula quase 82 mil seguidores, para promover uma live e discutir questões sobre a sexualidade da mulher preta.
“Precisamos desmistificar os tabus sobre a sexualidade da mulher preta. Aquela história de que somos mais quentes na cama, como se fossemos um objeto sexual para satisfazer o homem. Isso de certo modo, gera inclusive uma cobrança em cima da mulher, pois quando não há expectativa sexual desejada do homem, afeta a nossa autoestima. Infelizmente, muitas ainda acreditam nessas falácias que os homens reproduzem”, explica Jacy.
Para ajudar a sanar as dúvidas das internautas, Jacy contará com a presença de uma ginecologista no bate-papo. “Através das minhas trocas de mensagens com as seguidoras, percebi que muitas nunca foram à uma ginecologista por medo, por questão financeira, tempo ou falta de conhecimento mesmo. Além disso, algumas quando vão, saem cheias de dúvidas, pois têm vergonha de tirá-las e acham que sei tudo e realmente não sei.
Então, minha ginecologista me ajuda para que eu leve informações importantes, como métodos contraceptivos, doenças sexualmente transmissíveis, infecções e etc, de maneira mais clara e com uma linguagem acessível”.
Dona de um sorriso largo e espontâneo, Jacy, adepta do stand up comedy, usa o humor como tática para dar luz a questões vistas por muitos como algo delicado. “O humor é capaz de gerar incômodos e dar abertura para que as pessoas possam refletir no momento que param para pensar na piada”.
E como conhecimento nunca é demais, Jacy entrega: também aprende diariamente com os debates que promove. “Há mais tabus do que eu imaginava. Descobri que sexo move o mundo, que as pessoas têm milhares de problemas sexuais e que elas reprimem suas vontades devido ao moralismo.
Na verdade, as praticam, mas não contam pra ninguém. Quer dizer, contam pra mim, pois realmente não tenho o porquê julgar ninguém. Já ajudei algumas mulheres no seu processo de perderem a virgindade, expliquei que não há pecado em ter um vibrador e se masturbar e que não se passa desodorante corporal na região íntima. Tem gente que faz isso, é sério”, finaliza.