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Entrevista com o quadrinista Estevão Ribeiro

No próximo dia 08 de fevereiro a Editora CHA lança o quadrinho da Rê Tinta. Essa é a segunda entrevista que realizamos com o autor, a outra pode ser lida nesse link. Esse lançamento vai acontecer em um evento bem interessante, uma roda de conversa sobre “racismo estrutural nos produtos culturais e  na educação” (link para o evento aqui). Então, além de prestigiar o lançamento de um trabalho que merece nosso reconhecimento, quem comparecer pode conferir um espaço de interlocução sobre um tema importante para produção de conteúdos. O bate papo com Estevão, que rolou no em dezembro do ano passado é breve mas nos mostra um pouco das reflexões do autor sobre a personagem, sobre cultura e os próximos passos…

Jornal Empoderado – Estevão, como surge a ideia da Rê Tinta? Com o nasce a construção da personagem?

Estevão – Rê Tinta nasceu de uma provocação ocorrida durante o FIQ, Festival Internacional de Quadrinhos, ocorrido em maio de 2018. Estávamos em um evento com mais de uma centena de artistas expondo os seus trabalhos em suas  mesas e nem dez dessas pessoas eram pretas.

Coincidentemente estávamos sentados juntos três artistas pretos, Anderson Awvas, Valu Vasconscelos e eu. Nossos laços transpassavam a amizade e cantávamos diversas músicas enquanto vendíamos nossos trabalhos.

Essa comoção chamava a atenção de muitas pessoas que buscavam representatividade no outro lado, do lado dos artistas e, apesar de eu já ter colocado personagens pretos como protagonistas em meus projetos, eu sentia que precisava fazer algo mais engajado, que atendesse à negritude havida por cultura gráfica. Aí nasceu a Rê.

Estevão Ribeiro

Jornal Empoderado – Quais inspirações para construção da personagem e das histórias vividas por ela? Quais artistas, ou outras leituras inspiram você para essa construção?

Estevão – A inspiração vem da minha ancestralidade, das conversas com meus familiares e de um mundo revisitado com o meu olhar adulto e crítico. Muita da nostalgia é observada com as lentes que só podemos usar depois de entender a construção do país.

Rê Tinta responde as minhas perguntas de criança.

E uma inspiração inegável é a Boneca-de-Pixe, da Turma do Pererê, do Ziraldo. Para mim dar um outro significado à  pele preta como o nanquim era importante.

Jornal Empoderado – Qual o peso desse trabalho para o público que acompanha o seu trabalho?

Estevão – Olha, eu recebo muitas mensagens de apoio e agradecimento pelos assuntos abordados nas tiras e nos textos que acompanham, muitas adolescentes e mulheres adultas, que declaram que queriam ter lido algo assim na infância. Isso para mim mostra que estou no caminho certo e que há um trabalho grande para ser feito com a geração que está se empoderando agora.

Rê Tinta

Jornal Empoderado – Qual a expectativa para essa nova publicação da Rê Tinta?

Estevão – É a primeira impressa, algo esperado pela negritude que me acompanha nos eventos. Eu espero que seja o melhor possível, que esta materialização de sonho possa chegar as pessoas como um presente, um abraço meu.

Jornal Empoderado – Existe algum projeto futuro para além da Re Tinta?

Estevão – Eu tenho alguns projetos que estou tocando para sair no primeiro semestre, como “O Cão da Encruzilhada, onde conto a minha versão da história do grande guitarrista Robert Johnson, além de um livro de terror chamado Rua M, Número 58, que está em financiamento coletivo.

NOTA

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