Todos sabemos a importância e peso cultural que tem a editora Maurício de Sousa, por fazer parte da cultura brasileira e ter a Turma da Mônica como uma das mais importantes obras literárias nacionais. Obra que, para mim e para muitos, e é o primeiro contato com a leitura, desempenhando um papel muito importante na construção da base do caráter de nossa sociedade.
A editora Maurício de Sousa mostrou uma preocupação admirável para com os movimentos denominados como minorias e para com o futuro que estamos construindo para as próximas gerações ao lançar uma família negra em suas publicações.
A chegada da personagem Milena dá oportunidade de garotas negras terem um exemplo de representatividade em uma menina forte e que entre outras características gosta de música, futebol e que tem como base uma mulher mais forte ainda, sua mãe. Uma veterinária bem sucedida que destoa da maioria dos exemplos de mãe negras que geralmente são representadas nas mídias convencionais, como as novelas.
Como foi declarado pela Mônica Sousa, diretora executiva da MSP, em comunicado oficial na época do lançamento: “Milena foi criada para reforçar a representatividade das meninas negras nos quadrinhos, animações e eventos live action, para que elas se vejam nas histórias e saibam desde cedo que são Donas da Rua”.
Isso tudo, como dito pela Mônica, é uma oportunidade para educar as próximas gerações sobre o fato de que pessoas negras devem assumir protagonismo da própria história, terem papeis representativos e que entendam a importância das mulheres negras nas artes e no mundo nerd.
A Família de Milena
Milena aprece a primeira vez nas historinhas da Mônica, em 2017. Uma menina apaixonada por futebol e música.
Seu pai é produtor musical e gostam tanto de musica que sobrenome é “sustenido”. Já sua mãe é veterinaria, a irmã Solange, a Sol, de 17 anos é vocalista de uma banda de garagem e tem o pequeno Binho, o Fabinho, de 5 aninhos que vira grande amigo do Dudu, aquele priminho da Magali que não come. Uma família super Empoderada.
Antes de Milena
Milena é a primeira personagem negra, da turminha e o Jeremias foi o primeiro menino, lá na década de 1960. E logo depois vieram Pelézinho e muito depois até Ronaldinho Gaúcho.
O JE foi ao lançamento da revista da Graphic Novel do Jeremias (2018), na Faculdade Zumbi dos Palmares, confira no link aqui
Para quem não se lembra, em 1960, Mauricio desenhou o primeiro personagem negro da turminha, chamado Jeremias. Depois disso, grandes nomes como Pelé e Ronaldinho Gaúcho invadiram as aventuras das histórias em quadrinhos.
Por que ainda falamos disso?
Nota do Empoderado: Esse rapazinho é filho (Pedroca) da Kelly Candace, nossa leitora que informou que ao termninar de ver o filme Homem-Aranha no Aranhaverso, no cinema falou: “Mãe, o Miles Morales parece comigo!”.
Isso mostra que REPRESENTATIVIDADE IMPORTA, SIM! E é um tema que precisa ser mais debatido até pela mídia independente não negra, pois muitas famílias passaram décadas sem se verem no cinema, nos quadrinhos, nos games e ainda continuam sendo retratadas de forma jocosa nas novelas, por exemplo.
Como disse ao Empoderado a professora Eliana Frazão: “è importante uma família negra no comercial de margarina, na revista, na novela, no teatro, no livro, no livro didático, na Turma da Monica. Ou seja, em todos os espaços. A importância de ter uma família preta é questão de referência e representatividade. Então ter uma familia negra na turma da Monica que é um gibi muito lido pelas crianças é extremamente representativo e importante para formação da auto-estima e cultural das nossas crianças”
Colaborou na matéria Anderson Moraes e quem aparece na foto da capa da matéria é a Jéssica Santos.
Uma resposta
Matéria adorável! Realmente é muito significativo para nós pessoas negras ver uma personagem como esta ganhando espaço e respeito no mercado das editoras. Escreva mais… é um prazer “ler você”. Att. Valéria Silvestre