Quando nasceu essa ideia de unir futebol e literatura?
A ideia nasceu quando estava viajando pela América Latina no início deste ano. De Janeiro a Agosto, estivemos no norte do Chile, Bolívia e Peru com oficinas e diversas atividades. Ademais, a literatura é uma das perspectivas que analisamos em Futebol e Resistência e é um dos fatores que entendemos haver ausência aqueles que desejam falar desse outro futebol, aquele que esta em resistência, que tem haver com o comunitário, o político e a sua diversidade. Com todas essas variáveis, somadas aquelas que permanentemente conversamos com quem são parte do Coletivo Futebol e Resistência em Santiago, nasceu a ideia deste livro que reúnem vozes, letras e desenhos de distintos lugares de nossa Abya Yala.
Quais os países que estão participando desse projeto? E como está sendo feito esse trabalho?
Os países que participam são Venezuela, Brasil, Bolívia, Peru, Argentina e Chile. O trabalho é todo auto-gestionado, não tem nenhum patrocínio de uma terceira organização. Neste caso, as organizações que participam são: Coletivo Mestiçagem, Contos Mestiços, Editorial Mestiça e Futebol e Resistências. Os últimos três nasceram do Coletivo Mestiçagem.
Quando será o lançamento do livro e como será feito?
O lançamento será com um sarau de contos. O pessoal do coletivo de Contos Mestiços , que são a parte responsável por esse projeto, declamará alguns contos deste trabalho. O lançamento ainda não tem lugar, podendo ser em Santiago ou no Sul do Chile. Estamos analisando quando vamos fechar o livro em seu acabamento final. Esperamos que esse livro possa correr pela América Latina toda e que o mesmo possa ser lançado em outros países do continente.
Qual é o objetivo principal dessa antologia?
O objetivo deste projeto é contribuir com a literatura futebolística na perspectiva da resistência. Hoje em dia, há uma grande caminhada, assim vemos os distintos projetos literários que abordam as memórias, as emoções, as alegrias e as epopeias em distintos lugares futeboleiros. Não obstante, cremos que devemos começar a escrever e relacionar estas lógicas onde o futebol é um meio para fazer resistência em distintos lugares.
Há algo que queira falar sobre esse trabalho?
O projeto está sendo feito com muito carinho. Tivemos que estudar cada uma de suas fases para que saia o livro físico. Desde a diagramação até fazer o livro, o qual está sendo feito à mão. Nesse sentido, convido a todos a valorizá-lo, a obtê-lo compartilhá-lo e a difundi-lo. Acreditamos que o futebol pode caminhar fora das lógicas patriarcal, comercial e competitiva exagerada, sem ódio e com mais comunidade. Independente das cores e dos símbolos que levamos no peito, acreditamos que o futebol é um espaço para compartilharmos e não nos dividimos.