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Bancada “evangélica” ou político-religiosa?

 

Ainda me lembro do tempo em que ser evangélico e protestante era supostamente militar em favor de quem realmente necessitava. Mas se até mesmo a definição de “evangélicos” não é um consenso, o que dizer de quais seriam suas qualidades e caraterísticas? Definir um grupo como “evangélico” seria como rotular pessoas de “pessoas” uma vez que a diversidade de pensamentos, doutrinas e crenças é tão diversificada entre estes. Os que se enquadram em um perfil históricamente definido por divergências doutrinárias e políticas da Igreja Católica precedem antes mesmo até do surgimento da exclusivista Igreja Romana. Um acontecimento crucial para a definição deste grupo de cristãos foi a Reforma Protestante, tão importante evento dado em 31 de outubro de 1517, na Alemanha e posteriormente na França em 1534.

A maior herança político-social destes desdobramentos históricos foi a divisão entre poder celestial e poder temporal. No primeiro o governante é Deus e do outro lado os homens, através de reis, imperadores e presidentes, etc. Martinho Lutero acreditava na separação dos poderes. Desde o ano de 313 d.C. em que no Edito de Milão Constantino, o Imperador romano, institiu a liberdade de culto a todas as religiões e fez do cristianismo a oficial do Império na esperança de pela união do Estado com a religião que desafiava a hegemonia dos césares, salvar a cultura clássica (greco-romana).

O que um religioso e político brasileiro de nossos dias estaria interessado em “salvar” além de seus privilégios e interesses? Suas crenças? Ou seria um meio de impor seus valores, particulares, não necessariamente cristãos, aos demais cidadãos? Isto se chama Unicultura, ou monocultura, como diz o professor Wilson Nascimento Barbosa da USP. Um pensamento que luta contra si mesmo pois seu discurso revela-se sua fraqueza pois reproduz aquilo que acusam seus contrapositores de fazer… Criar uma ideologia de poder e perpetuar-se nele.

Haja vista que em geral estes “políticos” quando “sacerotes evangélicos” sugerem a intenção de uma doutrinação de seu “rebanho” quanto à importancia de sua “missão”. Mas, e os políticos não poderiam então serem cristãos, ou cristãos serem politicos? Acredito que sim, contanto que este seja laicista. Laicidade significa que o Estado deve proteger a liberdade religiosa em suas dimensões pessoal e social e não impor por meio de leis ou decretos crenças, dogmas, valores ou filosofias religiosas ao povo em geral, mas elaborar as leis baseadas em conceitos morais naturais. Afinal “evangélicos” laicistas deixaram um rastro de seu próprio sangue na história por discordarem dos “político-religiosos”; que o digam os montanistas, novacianos, tertulianistas, anabatistas, dentre outros que morreram pela liberdade de pensamento e de crença.

Enfim, formação de bancadas políticas não devem ser sinônimo de conluio, mas se for para defender sua posição, que esta não seja opressora dos demais cidadãos. “Evangélicos” sempre foram contrapostos no Brasil mas como o poder corrompe até os mais virtuosos santos, estes correm o risco de pecarem por excesso de zêlo ao crescerem em número e em poder político-econômico. Aquela máxima do profeta bíblico Zacarias se faz ecoar: “Não por força nem por violênciamas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”. Pensemos nisto.

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