Um áudio vazado do vice-presidente de futebol do Fluminense, Fernando Veiga, mostra que o clube vive uma deficiência financeira na arrecadação e, consequentemente, na compra de jogadores. Veiga disse que a receita do clube é “de time pequeno” e comparou até mesmo com o Atlético-GO. A informação inicial foi noticiada pelo portal UOL.
“Hoje a gente tem uma receita de time pequeno, de Atlético-GO. Nós somos um time enorme, somos um dos maiores times do mundo, mas temos receita, hoje, de time pequeno. Então como a gente contrata? Como que a gente reforça?”, dizia o áudio.
Umas das críticas do vice-presidente foi de que o clube carioca não possui de 200 mil a 300 mil reais para comprar um jogador “mediano”.
“Muita gente fala que temos que usar a criatividade. Eu acho isso engraçado usar a palavra criatividade no futebol. Como a gente usa a criatividade? A gente não tem dinheiro para pagar salário de R$ 20 mil. Há um mês a gente correu atrás de volante e zagueiros. E jogadores medianos pedindo R$ 200, 300 mil para jogar no Fluminense. Como a gente paga isso? A nossa receita é baixíssima e a despesa enorme. Foi feito um estudo agora com a Ernst & Young e eles querem que a gente corte o custo do futebol de uma maneira que eu não posso nem falar o percentual”.
Veiga ainda salientou que o clube foi mal gerido durante a segunda gestão do ex-presidente Peter Siemsen, principalmente em 2016. Segundo ele, que chegou a ser diretor da base na gestão anterior, as contratações realizadas no ano passado não foram boas.
“O Peter fez um excelente trabalho nos três primeiros anos de gestão, pelo menos na minha área. Ele fez uma reestruturação enorme dentro do clube. E hoje muito do que a gente está colhendo na base devemos a ele. Mas ele pecou muito no segundo mandato, principalmente no último ano, quando ele fez algumas contratações de caráter técnico muito duvidoso e ruim. Foram contratos caros e que a gente fica amarrado”.
Por fim, Veiga disse que a atual diretoria do clube encontrou o Fluminense em um “caos total”, principalmente com os vínculos longos dos atletas, que prejudicam os cofres do tricolor. A reestruturação que é realizada por Abad em 2017 deveria, segundo Veiga, ter sido realizada assim que a Unimed deixou de patrocinar o Flu, no fim de 2014.
“Sabíamos que os dois primeiros anos dessa gestão seriam muito difíceis pelo o que encontramos no futebol. O que o Abad está fazendo deveria ter sido feito há muito tempo, quando perdemos a Unimed. Só que fazer isso não é para qualquer um. Essas medidas são antipopulares, que expõem muito ele e a maioria dos presidentes não quer fazer isso. O cara que entra lá quer ser campeão, ficar de bem com a torcida e isso é feito a qualquer custo. E esse ‘qualquer custo’ deixou a gente na situação que estamos hoje. A gente encontrou o clube em um caos total”.
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