“A pressão foi ficando insuportável. Por gente da própria CBD e da ditadura. Era difícil tolerar um cara com longa trajetória no Partido Comunista Brasileiro ganhando força, debaixo da bochecha deles”
João Saldanha, sobre a sua demissão da Seleção Brasileira em 1970
Hoje comemora os 100 anos de nascimento de João Saldanha, uma personalidade marcante do futebol brasileiro, pelo seu jeito polêmico e também por mostrar seu conhecimento do esporte bretão de uma maneira coloquial, de fácil entendimento para o grande público.
Foi um vitorioso técnico do Botafogo (seu time do coração) e obteve êxito na Seleção Brasileira nas Eliminatórias para a Copa de 70, onde o seu time era chamado de As Feras do Saldanha.
Comentarista implacável, Saldanha fez muito sucesso em todas as emissoras e jornais que participou nos mais de 40 anos de carreira onde colecionou fãs e muitos inimigos. O mais famoso deles foi o presidente Médici que tinha uma predileção ao futebol do centroavante Dario e o então técnico da Seleção Brasileiro cravou a famosa frase: “Ele que cuide do seu ministério que eu cuido do time”. João foi demitido pouco tempo depois a pedido do chefe máximo da nação.
Eu particularmente vi muito pouco do João Saldanha, mais na época da Rede Manchete onde ele era o comentarista de futebol, mas um vídeo que surgiu na internet alguns anos sobre ele fazendo comentários sobre o cabelo black power dos jogadores nos anos 70 me incomodou muito, por ele falar muitas bobagens que a bola amortecia no cabelo e com isso os jogadores perdiam o domínio e etc; puro desconhecimento e preconceito, mas claro que muitas pessoas acharam graça do vídeo.
Não se pode ignorar o talento e a importância de Saldanha para o futebol brasileiro e não a toa que o seu centenário é comemorado com muito mérito e justiça.