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19 de abril – “Dia dos Povos Indígenas”: Ancestralidade, luta e resistência

Chirley Pankará durante ato. Imagem retirada da Internet.

Convidamos a ativista indígena e educadora Chirley Pankará para falar sobre a importância da data

Por: Chirley Pankará – @chirleypankara

Reportagem: Paloma Amorim – @paloma_jesus

Hoje, 19 de abril, é celebrado o “Dia dos Povos Indígenas”, não mais o “Dia do Índio”. A mudança na nomenclatura, aprovada em 2022 pelo Congresso Nacional, foi feita para representar a diversidade cultural e étnica dos povos originários. Mas, para abordar a criação dessa data e o que ela simboliza para o Brasil com propriedade e o entendimento que o tema demanda, convidamos Chirley Pankará*, liderança indígena do povo Pankará de Pernambuco, política, doutoranda em Antropologia Social e coordenadora-geral de Promoção a Políticas Culturais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI):

“Olá, meu povo! Eu sou a Chirley, do povo indígena Pankará, e venho falar para vocês um pouco sobre o Dia dos Povos Indígenas.

Ele foi criado no Estado Novo, em 1943, como o “Dia do Índio”. A alteração foi feita em 2022, por meio da [então] deputada federal Joênia Wapichana (REDE) [atualmente presidenta da Funai].

A ideia de celebrar o Dia dos povos indígenas é para rememorar as nossas ancestralidades e aqueles que nos antecederam, para relembrar a luta pela existência dos povos indígenas nos dias atuais, pelas lutas pela demarcação de terras, pela educação diferenciada, pela saúde específica, por uma soberania alimentar que cure o corpo e o espírito, para promover a diversidade de povos indígenas no Brasil, que hoje contam com 305 etnias.

Para contar que nós, povos indígenas, sempre estivemos aqui e continuamos mantendo a nossa cultura, os nossos costumes e o respeito aos mais velhos, à Cosmologia, à Mãe Terra, à biodiversidade e à toda uma nação que também se favorece daquilo que nós defendemos.

Então, quando nós cantamos, nós cantamos para agradecer a cosmologia, a saúde, a educação, os frutos que os encantados de luz têm nos dado para a sobrevivência neste território de Abya Yala [“Terra madura, “Terra Viva”, “Terra em florescimento” na língua do povo Kuna, sendo sinônimo de América].

Por isso é tão importante falar desse dia como uma forma de resistência, uma forma de dizer que estamos aqui, estamos resistindo, queremos ser respeitados, sem nenhuma forma de estereótipo. A mudança do nome para [dia dos] “povos indígenas” nos coloca nos dias atuais, trazendo as nossas ancestralidades. Nós estamos aqui, nós estávamos no passado, nós estamos no presente e nós iremos resistir no futuro. Salve, salve!”

(Imagem de capa: retirada da internet)

*Chirley Pankará é ativista indígena do povo Pankará de Pernambuco, educadora, mestra em Educação pela PUC-SP, doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora-geral de Promoção a Políticas Culturais do Ministério dos Povos Indígenas (MPI). Ela Foi a primeira co-deputada indígena a integrar um mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo, pela Bancada Ativista (PSOL) em 2018. (Foto: Divulgação).

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