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Primeiro evento do JE: Encontro de Coletivos!

Saiba como foi essa reunião cheia de ideias, sugestões e opiniões

Ontem foi o aniversário de São Paulo, que comemorou 463 anos. A cidade que não para, que pulsa e cria. E foi com este espírito que, juntamente à produtora Brasil 10, o Jornal Empoderado realizou seu 1º evento intitulado “Encontro de Coletivo”, no Centro Cultural do Jabaquara, na zona sul de São Paulo.

Um feriado onde muitos foram ver a final da Copa São Paulo de Futebol Junior, outros passear com a família no Ibirapuera ou curtir as muitas festividades que a cidade proporcionou. Mas alguns preferiram debater a agenda e os rumos do povo negro, periférico, a luta da mulher, havendo até espaço para a cultura com Hip-Hop e Capoeira.

As falas foram iniciadas pelo Ricardo Borges de Oliveira da produra Brasil 10, explicando o motivo do evento, discorrendo dos momentos que alguns coletivos estão participando, o papel dos 12 coletivos ali presentes e contou um pouco sobre a produtora Brasil10.

Em seguida, representando o JE, falou o diretor do jornal Anderson Moraes. A sua fala foi em relação à visibilidade, oportunidade e como nasceu o jornal. Fez o chamamento que as pessoas possam se empoderar do jornal e mostrar o seus trabalhos.

Logo após, foi aberto para que os coletivos e entidades se apresentassem e mostrassem um pouco do seu trabalho. São eles:

  • Coletivo Quilombação, na figura do Marcelo Cavanha, que mostrou um pouco do seu trabalho também frente ao Coletivo da Quilombação, idealizado pelo professor Denis de Oliveira, da COMPIR (Conselho Municipal Promoção da Igualdade Racial) e do projeto de Hip-Hop do Jabaquara. Cavanha lembrou ainda com carinho a importância de o evento ser no Centro Cultural Jabaquara, local onde fazia seus trabalhos escolares e voltou como rapper;
  • Coletivo Clã da Negritude, do professor Álvaro dos Santos, que abrilhantou o evento com sua visão de que não devemos nos apegar ao passado e devemos seguir em frente. Que nossas crianças hoje são criadas por smartphones. E que o Clã é uma criança rebelde que gosta de ação. O Coletivo trabalha coma ideia de que a educação é a chave e indaga sobre o que vamos fazer com a gente e o que fizeram com a gente (negros). Mostrou o desejo de dar passos rápidos para um futuro melhor. Disse que a questão da ideia de voltar à África é o que se pensa e o que acham que vão encontrar por lá? Isto porque ainda se relaciona África com leão, safari, selva e que este continente é muito mais que isto. Tudo mudou e é preciso saber o que esta África morna nos traz. Continuou falando que o jovem negro também é geração “Y” e esta geração que esta aí é criada hoje pelos “smarths” e os pais não perceberam ainda;
  • Coletivo Tríade e Reafro, com o professor Vilmar e seu trabalho de educador, cartunista e ativista. Vilmar é percursor do Hip-Hop sociocultural evangelística, saído da igreja batista;
  • Poetas MCs, na figura do rapper Du Ritmo Urbano, que se lembrou do seu trabalho com crianças e a dificuldade de conseguir projetos no bairro que mora há mais de 30 anos, pois o Jabaquara possui um IDH alto e isto dá uma falsa impressão de que não precisa de ajuda. Tanto precisa que o Du ressaltou a estatística de que o bairro possui 62 comunidades (favelas). Depois citou ainda que luta do Rap é a mesma do Funk, pois borracha do PM que bate em um é a mesma que bate no outro. Falou da importância da Frente Favela e do papel do Mestre Palito. Disse que a intenção é a de levar uma nova proposta para mudar a vida de quem ainda não tem acesso. Fechou lembrando-se da força das mulheres e seu ativismo;
  • Frente Favela Brasil, representada por Nilza Camillo e Marco Antônio, que falaram da pirâmide social que vivemos e como mudá-la, além de acreditar que transformação vem com o empoderamento financeiro e o empreendedorismo. A palavra da Frente Favela Brasil é que não se faz vitória negra sem economia solidária e fortalecimento econômico. E quando questionado sobre como termos maior representatividade política, o Marcos falou que se deve ter uma grande quantidade de pessoas qualificadas e, assim, se tem uma quantidade grande com qualidade para ter uma base grande de economistas;
  • Coletivo Conexão Social, na figura da professora e escritora Simone Souza. Ela explanou que a vida de atriz dela nasceu no CCJ e contou sobre a ideia que nasceu de Anderson Jhon, a qual visa levar arte e educação para as crianças;
  • Kwanza Brazil, do Luiz de Jesus, que fortaleceu o debate reforçando a necessidade de empreendedorismo e economia solidária. Finalizou lembrando-se do início do projeto que já chegou a ter quase mil pessoas em algumas edições. E como se deu a o Kwanza Kids, que era uma versão para crianças dos aprendizados já existentes, além de ter nascido outros coletivos, como o “Espelho, Espelho Meu”. E que casos eles sejam contemplados pelo Projeto Vai (Lei de Fomento), eles irão se lembrar de todos e todas que ajudaram no início do projeto;
  • Coletivo Espelho, Espelho Meu, nas figuras da Viviane Zaila, Welington e Luana, que mencionaram o projeto da autoestima para a criança negra e como ela lida com o preconceito. Welington falou de como passar pelas gozações que já começam na infância e sobre a importância de lidar com as crianças que ainda não foram contaminadas pelo mundo adulto;
  • ADC Grupo Cativeiro Capoeira, representado pelo mestre Palito, que contou um pouco a História da Capoeira e as dificuldades que esta arte passa como preconceito (é vista até como luta do diabo).

Não podemos deixar de citar as demais pessoas que foram ao evento: Renata J. Reis (militante), Professora Jackeline, que mora no bairro há mais de 20 anos (se elegeu vereadora pela primeira vez e trabalha com mulheres no projeto “Quebrando o Silêncio”), Marco Antonio (capoeirista), Cintia (professora de capoeira), que falou da História da Capoeira, Yan e Yessame Gregório, Andréa (cantora da banda Yadah Shabach), Ana Rita Lima e sua família, entre outras ótimas participações.

E para dar o detalhe empreendedor do evento, ali teve desde estandes de turbantes, faixas, bonecas negras até aos deliciosos salgados e doces, entre eles panquecas e bolos.

Após as apresentações, houve uma mesa de debates onde foram discutidas entre outras pautas a eleição e os negros, a necessidade de se discutir política na periferia e qual política que queremos. O último tema abordado foi a responsabilidade da paternidade negra, ou seja, um dia e noite de muita troca de experiências e concordância em como agir, fazer acontecer e alinhar ideias. O que fica para próxima reunião é um olhar de que sabemos fazer, então, vamos fazer juntos?

(Crédito das Imagens: Andrea Borges)

NOTA

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