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Poemas do escritor angolano Paulo Seco

Paulo Seco é escritor angolano, autor dos livros: “Uma Gota de Água repousada na Pétala da Flor da Esperança(poesia), em 2001  ; em 2003 o  “Sermão da Noite Desconhecida”, também poesia, e em 2007 “Laços verticais”, também poesia. E o seu ultimo livro foi “A nudez cristalina de Susana”. Seu último livro é um romance que fala sobre um chamamento para uma reconciliação do ser humano com o ambiente que se insere e cumpre os desígnios da própria vida. 

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Primeiro Poema

Venha daí Vem cortar-te nos lábios Ébrios de vazio. A onda De vento frio abana a persiana O vate dorme coberto Com a pele antiga. A noite lambe os ossos para sonhar e despertar puro. Pensa na Oriana e o Peixe, Na morte de um Poeta, E na Nova Cinderela… Dor de crescimento! Passos do tormento! Passeios sem destino. Noites solitárias… Sereno e inquieto Contempla o crescimento Dos dias vazios… Urdiu um amor setentrional, Escondeu meridianos no olhar… Ela escreveu um sorriso No vento e as gaivotas voaram… Venha daí! Há um segredo na nudez do corpo Virado para o céu. Um poema Desenhado na tela negra da noite clara, (sem corvos e corujas…). Estão aqui! Ali no palerma com ares de nada, Cara de cadáver (os cadáveres são mais bonitos) E de pescada… Olhem nas manhãs frias. Ele passou a concepção da poesia! Despiu-se e amou as fases Da lembrança criança… Um rei escravo rei, Ajuda-o a carregar o fardo da sorte, Da morte. Uma palavra perdeu-se Nas pernas da donzela. Um homem cheio de amor morreu por causa Dos antepassados dos autistas que, Hoje, destroem a vida… Vem cobrir – me o peito arrepiado, Abriga-te nos meus ossos e deixe a noite cantar. As gaivotas voaram e a menina escreveu poemas com sorrisos… Um olhar, uma mulher, Um sonho, um poema… Venha daí! Paulo Seco Ovar 17-12-2009 Matriz Lá vão os passos, Raízes sedentas, Matriz para o estômago. Alimento para o sarcófago E assim (à deriva) tornar brando O fogo… Eles e elas, Força pura Entre roucos brados Inspiram as sombras… Contentes, ausentes. Estreitas veredas cobertas Com o calor (amor nominal), Abraçam a fatalidade urdida Pelo fogo vivo… Matriarcas cegas, Patriarcas envenenados, Sociedade desfeita, Reino da fome (enorme) de liberdade! As criaturas vivem com as sobras… Minha noite de amor fraterno! Minha amante, flor que me contempla, Abriga-nos nas pétalas e perfumes, Unguentos dignos e merecidos. Matriz… Minha natureza nossa, Eles e elas apedrejaram Profetas! Pretensas sombras iluminadas, Loucuras envaidecidas (enraivecidas) Tentáculos, cenáculos, oráculos (há quem não dormiu ainda…) Dos sonhos vindouros… Abri as almas Abraçai a calma E (ó revelação…) cantai alguma (ínfima) verdade. Sintam-se Náufragos da vida plena… Há uma raiz em prece por vós, (Sementes transcendentes) Um jardim bonito que temeis e, Olhares além de vós… As damas de negro (porte aristocrático) e as crianças Cheias de dignidade ainda sonham, Aspiram vida além do ventre, Além dos passos… Escutem os versos (telúricos) Das canções das avós. Sintam o conforto de um sonho, Olhai com respeito os antepassados Dos passos corajosos. Há na essência Um elemento… Uma matriz. Paulo Seco 12-09 Ovar.

Segundo Poema

Páginas vivas Mil recortes de páginas, Mil histórias dispersas… Li a psicologia das fases lunares, A geografia do vento e a filosofia Do fogo… A lua faz o percurso com o ventre Das mulheres, sacode as ancas e Nasce a sociedade… O vento ajuda os perdidos a descobrir Que não saíram do lugar… O fogo é perspicaz, Queima, ilumina e convive bem com as cinzas… Uma cicatriz na lua sarada pelo vento obeso, Lacuna no fogo sem ninguém cobrir nem descobrir… Tenho uma frase em cada poro, Decifrada pelo calor sentido nas noites Soltas e isoladas no fundo das épocas… Edições orientais, Escritas de escribas de cócoras, Vestidos com os pontinhos colaterais E cardeais dos versos numa linguagem extinta… Há um discurso de Nostradamus, Malaquias, “Blavastky” e um faraó Dos primórdios, vivo nas águas Serenas do sul… A lua esboça as vontades nos ventres das mulheres, O vento orienta os que não desejam mudar de lugar E o fogo não cumpre as regras, pura revolução… Antigamente a revolução Era burguesa. Agora é freguesa. Li nos olhos de Gandhi alguma coisa Sagrada, afinal era amigo de “Tagore”. Nos transes de Blavastky descia a lua. Dialogavam a doutrina… Malaquias e Nostradamus Lançaram o fogo para além dos séculos, É por isso que dormem cómodos Nos medos das fraternidades… São simples páginas antigas Conservadas nos meus poros… Estendo a ciência para as mulheres E crianças, jovens e quem cultiva Serenidade no seio da sociedade… Alfarrabistas femininas consultaram Algumas páginas e tentaram queimar outras… Eis o espolho de bibliotecas primitivas… Na geografia do corpo meu, Tem pinturas rupestres e os Restos da biblioteca da Alexandria. Páginas vivas, Criativas… 

NOTA

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