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O SAMBA NÃO TEM FRONTEIRAS: SAMBA-ENREDO

 

 

 

 

 

SAMBA-ENREDO

Por     Onesio Meirelles

 

Estamos no mês de setembro do ano de 2017, período em que a disputa de samba-enredo está muito acirrada.

Muitas escolas de samba já escolheram seu hino para o próximo carnaval, outras ainda em fase de disputa.

Em São Paulo onde o desfile é bem equilibrado, várias agremiações já têm samba-enredo escolhido para o carnaval de 2018.

Vale aqui citar algumas delas:

  • Dragões da Real que irá desfilar com o Tema “Minha Musa, minha raiz abram as porteiras para      essa gente entrar”, terá o samba de autoria de Armênio Poesia e mais dez parceiros
  • A Gaviões da Fiel que virá com o Tema “Guarus- na aurora da criação a profecia Tupi…prosperidade e paz aos mensageiros de Rudá”.  O samba-enredo é de Luciano Costa com mais sete parceiros.
  • Já a Império da Casa Verde escolheu o samba de autoria de Jairo Roizen com mais dez parceiros para o Tema “O povo a nobreza real”
  • A Mocidade Alegre vai apresentar como Tema  “A voz marrom que não deixa o samba morrer”. Uma bela homenagem a Alcione. O samba escolhido foi o de autoria de Biro Biro com seus sete parceiros.
  • A Mancha Verde com o enredo “ Amizade. A Mancha Verde agradece ao fundo do nosso quintal”. O samba-enredo vencedor é de Sereno com mais sete parceiros.
  • A  Unidos do Peruche traz um enredo em homenagem a Martinho da Vila. Seu sambas de enredo é a junção de  dois sambas adversários e a parceria ficou com vinte e cinco autores. isto é incrível, onde nós vamos parar?  Quem fez o que neste samba?

Samba  com muitos autores já não é novidade nem no Rio de Janeiro, mas com esta quantidade para um único sambas de enredo, sei não e logo na homenagem a Martinho da Vila?

Estou perplexo!

A Rosa de Ouro que tem como Tema “Pelas estradas da vida sonhos e aventura de um herói brasileiro” está em fase de disputa ainda, assim como a Vai Vai que tem como Tema “Sambar com fé eu vou” homenageando Gilberto Gil.

Na Estação Primeira de Mangueira em fase de disputa ainda para o carnaval de 2018 no Rio de Janeiro com o Tema “ Com dinheiro ou sem dinheiro eu brinco”, o samba vencedor não terá menos que seis autores.

E assim será nas demais escolas, os tempos são outros.

Antes da inauguração do Sambódromo dificilmente você tinha obras com mais de três autores e se por acaso chegasse a quatro era considerado um número exagerado de compositores para um samba-enredo.  Mesmo após 1984 até o inicio dos anos 90 os sambas-enredo ainda não tinham um numero exagerado de autores.

O GRES Unidos da Tijuca no carnaval de 1990 teve em seu samba-enredo, dez autores um exagero para a época. 

Para o desfile de 1994 a  Estação Primeira de Mangueira que apresentou o Tema “Dessa fruta eu como até o caroço”  juntou dois sambas e deu um numero excessivo de autores.

Em 1976 a Escola de Samba Em Cima da Hora com o Tema “ Os Sertões”, teve um único autor e o samba é cantado até os dias de hoje no Rio de Janeiro e considerado um dos melhores de todos os tempos.

O samba campeão com o Império Serrano em 1982 teve somente dois autores, Beto Sem Braço e Aluísio Machado no enredo:  “Bum Bum Paticumbum  Prugurundum!”.

Já “Bahia de todos os deuses”, enredo que deu o título ao Salgueiro no ano de 1969 também só tinha dois autores, Manoel e Bala.

Tantos autores nos sambas-enredo de hoje, por que será? Será que é para dividir as despesas com o processo de escolha? Mesmo com tantos a qualidade do samba melhorou? Acho que não.

Os sambas são frios, descritivos e não narrativos  talvez por conta da tal de Sinopse. O fato é que não se tem nos novos tempos o que chamamos de sambas antológicos, aqueles que ficam para sempre no imaginário do sambista.

O último samba marcante no carnaval carioca foi o Campeão de 1993, Acadêmicos do Salgueiro, “ Peguei um Ita no Norte” ( Explode coração) cujos autores foram: Demá Chagas, Arizão, Celso Trindade, Bala Guaracy e Quinho.

Atualmente a escolha de samba-enredo no Rio de Janeiro é para quem tem potencial financeiro, ou seja, o compositor pode ter o melhor samba, mas se não tiver dinheiro para investir ( torcida, ônibus, bebidas e comidas, adereços, fogos, mídia, produção de CD/DVD e contratação de um bom interprete que é muito caro), vai ficar pelo meio do caminho.

Hoje dificilmente haveria um samba vencedor de um compositor da antiga realmente. Ilustres sambistas, de alas de compositores de escolas tradicionais, que já conquistaram títulos no passado como: Hélio Turco o maior vencedor na sua escola, um Nelson Sargento e um Tantinho, hoje até disputariam, porém não levariam.   

Na Estação Primeira de Mangueira nesses novos tempos já se sabe de antemão quem ira para a final, são sempre os mesmos, os de poder econômico.

E assim o carnaval das escolas de samba vai deixando as tradições de lado, o diretor que chega não respeita os componentes antigos, muitos ali desde criança.

A disputa de samba-enredo vai se padronizando pelo Brasil afora com base nas escolas de sambas do Rio de Janeiro e de São Paulo.

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