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NEYMAR: UM CRAQUE EM AMADURECIMENTO OU APENAS MAIS UM MIMADO?

Que Neymar é um verdadeiro craque de futebol como pouco se vê hoje em dia, não há dúvidas. Quer seja pelos dribles desconcertantes, quer pelos gols marcados ou ainda pelo protagonismo na seleção, o fato é que ele é o grande jogador brasileiro em atividade no futebol pelo mundo. Difícil não pensar que o Brasil, outrora celeiro de craques, hoje se contenta com jogadores medianos que, após dois ou três dribles e alguns gols, já alcançam destaque em seus clubes, vão para o exterior e ou voltam rapidamente ou simplesmente caem no esquecimento. Bons tempos do futebol brasileiro. Mas isso é outra conversa.

A noite de 17 de janeiro de 2018 foi mais uma daquelas especiais para o craque brasileiro em terras francesas. O Paris Saint-German goleou o Dijon por 8 a 0 e, a se comparar com a última partida da equipe que venceu o Nantes, quinto colocado no campeonato por apenas 1 gol (marcado pelo argentino Di Maria), fica cada vez mais claro que Neymar faz mesmo grande diferença. Quando ele está em campo o jogo flui melhor, as jogadas acontecem e os gols, ah os gols, saem aos montes. Ele certamente é a estrela maior em um time que já vem tentando protagonizar na Europa há algum tempo, mas sem grandes resultados. Dessa vez, a aposta de Nasser Al-Khelaifi, presidente do clube, foi certeira e os frutos vem surgindo as pencas para alegria dos torcedores do PSG. Neymar era a peça que faltava e agora a impulsão dada por ele vai levando o clube cada vez mais longe. Agora a obsessão é a inédita Champions Leag e não dá para duvidar da sua capacidade de encarar os maiores nessa competição. Mais uma vez, diga-se de passagem, Neymar é a grande esperança dos Parisienses.

Nesse ano tem Copa do Mundo e advinha quem é o grande pré-protagonista da seleção brasileira? Ele, claro. Isso porque também não dá para negar que com ele em campo a seleção ganha muito em qualidade, ainda que se tenha que notar um certo tom arrogante em suas apresentações com a amarelinha, o fato é que ele decide e os brasileiros voltaram a sonhar com um título mundial e Neymar certamente será o destaque, aliás, como foi na conquista inédita do Ouro Olímpico na Rio 2016.

Santos, Barcelona, PSG e torcedores adversários sabem muito bem o significado da frase: Neymar vem aí, o bicho vai pegar.

Bom, se com os pés já sabemos muito bem o que esperar dele, a pergunta que fica é a seguinte: O QUE NEYMAR TEM NA CABEÇA?

Em uma partida em que ele marca 4 gols, seu time vence por incríveis 8 a 0, ainda assim ele conseguiu ser vaiado por parte dos seus próprios torcedores. 38 minutos do segundo tempo, PSG vencendo por 7 gols a 0, Cavani sofre pênalti, a torcida imediatamente faz coro para que o camisa 9 mesmo cobre a penalidade, isso porque, se ele marcasse, se tornaria o maior artilheiro da história do clube, deixando prá trás Zlatan Ibrahimovic (Hoje os dois tem 156 gols cada). Indiferente a história e aos apelos do torcedor, Neymar pegou a bola, cobrou o pênalti e marcou seu quarto gol na partida, frustrando parte de seu torcedor. Simples assim…

Era mesmo imprescindível para Neymar esse gol? A história de um dos grandes jogadores do clube até então, não tinha lá a sua importância? É mesmo necessário contrariar o torcedor que também é apaixonado por Cavani e não vê a hora desse momento acontecer? Momento esse ao lado do torcedor que certamente tem um gostinho melhor. Imagine se esse gol sai na próxima rodada em que o time joga fora de casa? Quantos estarão privados desse momento? A história é sim extremamente importante para qualquer torcedor e mais ainda quando há identificação de jogador e torcida, caso de Cavani. Dessa forma, não seria mais elegante, prá dizer o mínimo, deixar a glória final da noite para o uruguaio? Parece que não…

Atitudes dentro e fora de campo tem revelado um Neymar que não gostamos de ver. Na seleção muitos questionam suas atuações, a fama de “fominha”, irritadinho demais, reclamão demais… e por aí vai.  Para alguns, Neymar na seleção nem é tão imprescindível assim já que monopoliza as jogadas e, muitas delas com potencial, acabam dando em nada. Para outros, até com um grau maior de crueldade, declaram que se transferir para um time de menor importância e com ele mesmo sendo o rei, não foi a melhor decisão em termos de carreira. Mal ou bem, no Barcelona ele tinha Messi e mais uma legião de jogadores de personalidade e grau de compromisso acima da média e, dessa forma, digamos, ele ficava mais na dele. Agora no PSG, pelo menos um nível acima dos demais, ele parece não se contentar em ser apenas o rei, quer ser também o queridinho. Bom, se for assim, está no caminho errado, pois derrubar ídolos da casa logo de cara e com atitudes questionáveis definitivamente não parece ser uma boa tática. Cavani vai fazer esse gol logo logo, mas Neymar perdeu a chance de ser protagonista nesta história também. 

Mas alguém poderá dizer: Nossa tanto oba-oba só por não ter deixado Cavani se consagrar? Na verdade não. Neymar já vem colecionando atitudes digamos não tão interessantes. Apesar de protagonizar a medalha de ouro olímpica inédita para o Brasil, ele também conseguiu irritar os torcedores com jogadas individuais desnecessárias, reclamações idem, e um cai-cai que chega a dar vergonha. Nos jogos da seleção principal repetiu essas mesmas atitudes. Sabemos que alguma coisa não está certa quando o vemos fazer uma das melhores partidas na França e ainda assim sair de cabeça baixa, sob vaias. Inexplicável. O que será que ele tem na cabeça?

Neymar parece precisar mesmo é de um pai, sabe aquele presente, que puxa orelha, que dá conselhos, que não deixa passar certas atitudes, que está sempre ali, não como uma figura decorativa, mas ativa, capaz de enxergar certas coisas antes mesmo da mídia e assim, recolocar o menino nos eixos. Um pai empresário parece não cumprir esses requisitos. Para piorar seu atual treinador não tem pulso para tal missão. Missão essa que poderia estar nas mãos de Tite, esse sim com muita moral, competência e experiência para tal. Porém, em entrevistas ele mais pareceu passar as mãos na cabeça do garoto que qualquer outra coisa.   Pobre Neymar, espetacular e largado.

Neymar craque? Espetacular, fantástico… simples assim.

Neymar mimado? Demais e tanto que corremos o risco de não tê-lo no topo por tanto tempo quanto seria possível ou como teríamos imaginado. Infelizmente.

O menino Neymar vai ter que crescer e a nossa esperança é que ele cresça dentro dos limites da maturidade como jogador de futebol e, principalmente, como ser humano.

 

Roberto Cardoso

 

 

 

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