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Este semana o JE cobriu alguns eventos, entre eles o “Trans Day of Remembrance” (Dia da Lembrança Transgênero, também conhecido como TDOR. Ele acontece anualmente todo dia 20 de novembro e é uma homenagem anual às memórias daqueles cujas vidas foram tirada em atos de violência ligados à transfobia. Um momento a luz de velas para lembrar e nomear todas as pessoas trans* assassinadas nos últimos 12 meses. À medida em que os nomes forem lidos, uma vela será apagada. Juntos, entraremos lentamente em um espaço contemplativo de reflexão, onde vamos compartilhar histórias e sonhos. Com a participação da Laerte Coutinho(uma menção a sua simplicidade e tratamento ao próximo) , Renata Carvalho e tantas pessoas que lutam por esta causa em um evento magnífico. O palco desse evento foi Centro Cultural São Paulo – CCSP;

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Também estivemos na “Marcha da Consciência Negra”, que foi pela Avenida Paulista descendo a Consolação, passando no Teatro Municipal e finalizando com shows na região do Vale do Anhangabaú. Contou com as falas de movimentos negros, como UNEGRO (União de Negros pela Igualdade) e ótimos argumentos das moças da “Marcha das Mulheres”, que lembraram muito bem, diante de tantas bandeiras levantadas, a da morte da Luana.

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A Leci Brandão foi o grande destaque nos depoimentos, exaltando a luta do dia que lembra Zumbi dos Palmares. Falou da importância do empreendedorismo negro, respeito aos jovens negros e para o genocídio contra eles. Além disso, pediu palmas para as mulheres que tanto lutam e as religiões de matrizes africanas. Questionou onde estão nossos atores negros, que não aparecem e nas novelas e TVs, do por que de toda primeira ação de um gestor público ser a retirada dos direitos das mulheres, negros e indígenas. Também reforçou que o povo negro não aceita acuamentos de direitos conquistados e mesmo ela, estando deputada e não podendo cantar nos palcos, ela não resistiu, cantou e alegrou ao povo que ali estava. Pediu que acabem com as chacinas, homofobia, corrupção e ainda lembrou que “nosso povo(negro) não esta envolvido em Lava-Jato”.

Nos carros, cada fala dela era uma quase uma moção de aplausos e Leci fazia até quem não estava na passeata pensar que quem estava ali só pedia oportunidades e respeito.
Negativo foi mais um vez o pessoal do MBL (Movimento Brasil Livre), que convocou manifestação para o mesmo dia e tentou, de alguma forma, no início causar problemas, gerando até um “quase” grande conflito. Mas tudo foi resolvido com inteligência por parte dos movimentos negros e a marcha seguiu seu rumo.

Algumas falas excessivas partidárias pareciam fora de contexto para aquele dia e conversando com muitos militantes que estavam ali deu para perceber um esvaziamento maior da esquerda (partidos políticos e até coletivos) no ato. Pergunta: Por quê?

Voltando às questões positivas, lindo ver pessoas com mais de 60 anos resistindo e fazendo todo o trajeto ao lado de crianças que estavam aprendo a lutar. Nesta hora o reverendo Martin Luther King deve ter ficado muito feliz.

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E dia 21 de novembro teve a premiação “Troféu Raça Negra 2016” – O Oscar da Comunidade Negra, na sua 14º edição. A Sala São Paulo estava linda e pintada de negra. Negros e negras celebraram e puderam dizer “Basta, chega de sofrimento para meu povo!”. Um ambiente alegre, mas com a carga de emoção evidente nos rostos a cada fala.

Foram condecorados personalidades e autoridades da luta negra que contribuem para que a sociedade seja plural, com respeito ao próximo e com oportunidades para todos.
Uma noite de combate ao preconceito, à intolerância e à discriminação. Evento promovido pela Afrobras (Inclusão e Empoderamento Afroétnico) e que conta com a parceria da faculdade Zumbi dos Palmares. Uma noite de celebração, homenagens, falas de resistência ao momento em que o País vive e muita emoção.

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Nota do site: “A Afrobras é uma organização não governamental, fundada em 1997, que reúne intelectuais, autoridades, personalidades, negras ou não, e tem por finalidade trabalhar pela inserção socioeconômica, cultural e educacional dos jovens negros brasileiros. Em âmbito nacional, realiza atividades de informação, formação, capacitação, qualificação e ações afirmativas para inserção e visibilidade do negro brasileiro”.
Entre os homenageados estiveram a deputada Tia Eron, o Tenente-Brigadeiro do Ar, da Aeronáutica Brasileira, Raul Botelho, o religioso de Angola, Papa Paul Kisolokele, a secretária geral do GBHEM (presidente do fundo norte-americano de investimentos do Instituto Metodista de Serviços Educacionais), Kim Cape, o escritor e membro da Academia Brasileira de Letras, Arnaldo Niskier, e a judoca vencedora da medalha de ouro nas Olimpíadas do Rio 2016, Rafaela Silva.

As crianças da Escola de Samba Vai-Vai fizeram um grande espetáculo, assim como o Coral da Faculdade Zumbi dos Palmares. Chico César e Bnegao deram um show. E a homenageada da noite, Elza Sores, foi divina como sempre.

O grande nome na luta em favor dos direitos dos negros, ao lado de Martin Luther King, o reverendo americano Jesse Jackson, fez um discurso emocionante. O barítono David Marcondes cantou de forma magnifica. A judoca Rafaela Silva, nascida na Cidade de Deus – CDD, foi um dos destaques. Falou da superação e da busca de objetivos. Foi muito aplaudida e de forma merecida. Rafaela foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos realizados em agosto deste ano, no Rio de Janeiro.

Arlindo Cruz, muito inteligente, cantou, versou e deu o seu recado. Mas se fosse elencar o prêmio qualidade de discurso, votaria na Ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, que deu um show de emoção em sua fala ao citar até Castro Alves e Santo Agostinho.

Entretanto, o destaque no quesito emoção foi para Sheila Cristina Nogueira, mãe de Carlos Eduardo,19 anos, assassinado por uma bala perdida no Rio de Janeiro e que fez deste sofrimento uma bandeira de luta. Ela, que de tão emocionada não conseguia falar, foi muito aplaudida e fez muita gente chorar junto a ela. Até o mestre de cerimônia quebrou o protocolo e lembrou que muito do que acontece no Brasil (mortes) é fruto desta disputa partido política que impera no País, mutilando a educação e assassinando a arte.

A noite terminou com um verdadeiro show de Elza Sores (e todos que cantaram na noite) e sua voz, que ecoou pela Sala São Paulo dizendo: “Minha carne é de muito valor”, deixando subentendido que devemos nos olhar mais, nos falar mais e ter mais fé. E gritou com seu vozeirão: “Eu sou negra, eu sou negra…Negra, negra, negra…”. Ela agradeceu ao prêmio cantando, para fechar de forma que só uma verdadeira diva como ela sabe fazer. “Reconhece a queda. E não desanima. Levanta, sacode a poeira
e dá a volta por cima”, do compositor Paulo Vanzolini.

 

NOTA

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