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CONHECER A ÁFRICA PARA (RE)CONHECER O BRASIL: Por Najara Gonçalves

CONHECER A ÁFRICA PARA (RE)CONHECER O BRASIL: AFRICANIZANDO O PENSAR COM O “ORO ORUM”

Por :Najara Gonçalves

                   


                      “Existe uma História do negro sem o Brasil;
                     o que não existe é uma história do Brasil sem o negro”.
                                        (Januário Garcia)
Há 14 anos a Lei 10639/03 foi promulgada estabelecendo a obrigatoriedade do ensino da História da África e da cultura africana e afro-brasileira nas escolas da rede pública e particular de ensino, bem como a valorização da luta dos negros e sua participação no processo de transformação da sociedade. Esta determinação foi estendida ao espaço da universidade em 2004, através do parecer do CNE/CP 03/2004, que aprovou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico-Raciais. Tendo em vista a formação étnico-social da população brasileira, percebe-se que o conhecimento acerca da História e Cultura Africana e Afro-brasileiras é uma necessidade para o entendimento do nosso povo na contemporaneidade. O fato é que, passados quatorze anos, para alguns, tratar da história do continente africano ainda se apresenta como um desafio, principalmente por conta da receptividade de professores e estudantes em relação ao tema, principalmente aqueles que ainda veem a história e cultura africanas de modo estereotipado.
Neste sentido, desenvolvemos um trabalho de AFRICANIZAÇÃO DO PENSAR na Página Oro Orum, no Facebook. Ali, criamos um espaço para a promoção da valorização dessa cultura africana, especialmente da cultura yorubana. Através do incentivo ao conhecimento da Língua Yoruba, por exemplo, esperamos chamar a atenção à importância dos falares africanos no Brasil, lembrando que a linguagem é um elemento indispensável para a valorização das nossas raízes. Atualmente, tentamos pôr em prática duas atividades voltadas para a este exercício de africanização do pensar… Primeiro, temos um projeto de consultoria pedagógica para assessorar o trabalho de educadores na promoção da equidade e superação do racismo na escola. Além disso, através da Página Oro Orum, o estamos coletando doações para a viabilizar a publicação da Revista Eletrônica Oro Orum, que pretende desnudar os preconceitos em relação aos povos negros da Costa da Guiné, principalmente.
A cultura Yorubana ainda é muito incompreendida e estereotipada. Nossa intenção é esclarecer dúvidas, revelar mitos, discutir conceitos e apresentar a história dos povos yoruba a partir do olhar do povo negro. A Oru Orum, nessa revista, pretende trazer uma explicação dinâmica dessa história e da trajetória desses povos, aproximando-os da própria história do Brasil, afinal de contas, existe uma história do povo negro anterior ao Brasil, mas não existe uma história do Brasil sem o negro, e como diz um velho provérbio africano, “quando não souberes para onde ir, olha para trás e saiba pelo menos de onde vens…”
É neste sentido que buscamos revelar nossa cultura, para que assim, possamos caminhar juntos no sentido de conhecer a história não contada do continente africano, em especial dos povos yoruba, e nos reconhecer nessa trajetória.
 

NOTA

Não deixe de curtir nossas mídias sociais. Fortaleça a mídia negra e periférica

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8 respostas

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