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Campeã de poesia falada, Luz Ribeiro lança livro duplo ‘espanca-estanca’

 

Obra dupla em títulos contrapostos é a segunda da poeta e atriz que vive em São Paulo

Luz Ribeiro_crédito Victoria Sales (1)

Às 19h do próximo domingo (26) ocorre, na Aparelha Luzia o lançamento do livro “estanca e espanca”, da poeta Luz Ribeiro. O evento terá sarau e os convidados devem ler textos do livro . A entrada é gratuita.

Este é o segundo livro de poesias de Luz Ribeiro e reúne um apanhado de textos que surgiram depois da primeira obra “eterno contínuo”. Com 138 páginas e dividido em dois volumes contrapostos, a autora selecionou poesias que ora espancam, seja pela feracidade ao se tornarem oralidade ou como batem, ora no peito, pra na mente, ao serem lidas. “São textos que estancam mazelas passadas, presentes e futuras. Minhas ou de semelhantes”, resumiu.

O livro duplo chega para suprir as cobranças feitas a poeta desde a primeira publicação, em 2013. Assim, juntando palavras perdidas em caderninhos, bloco de notas do celular, documentos de word não nomeados, ela fez uma seleção de textos que considera urgentes. “A ideia surge para preencher esse hiato de mais de quatro anos entre uma publicação e a outra, bem como para mostrar as mudanças na minha escrita durante esse período e ainda para apresentar possibilidades de novidades que virão. São dois livros onde eu narro vivências, são dois livros onde descubro, de fato, a importância de criar narrativas e discurso”.

A inspiração, segundo a poeta, que neste ano representou o Brasil na copa do mundo de poesia falada na França, veio após ela ouvir o disco “Afrofuturismo”, da cantora Ellen Oléria. “Me confrontei com a frase ‘o peso da palavra estanca’ e fiquei com isso reverberando por meses. Quis usar este nome para evidenciar que muito já fui espancada, venho com a palavra para espancar também, mas que ainda estancar é o verbo que quero conjugar nos dias. Logo, estanca e espanca são livros escritos à sangue, que jorram, coagulam e param de sangrar sem deixar de ser o que são: sangue que brota do peito, dos olhos e jorram pelas pernas e memória”, contou.

E por falar em memória, inspirada em um discurso da ativista e ex-pantera negra, Angela Davis, Luz Ribeiro escreve e declama para perpetuar a própria história e de suas iguais. “Um dia ouvindo o discurso de Angela Davis me deparei com o seguinte questionamento: ‘mas o que aconteceu com as mulheres que não escreviam? O que aconteceu com a mulher pobre da classe trabalhadora? Existe alguma forma de recuperar a contribuição dessa mulher para o feminismo negro?’, penso que a oralidade é o aqui e agora, com as ferramentas da internet hoje, conseguimos imortalizar alguns dizeres, mas nem tudo o que falo e penso estão nos slams, saraus, penso que publicar escritos, faz com que deixemos de construir histórias fundamentas em lacunas, nos tornamos registros, gravamos de forma palpável nossa marca na história. publicar não é fácil e ainda é muito caro, sem auxílio de uma editora então, beira o impossível para uma mulher, negra e pobre, este foi um dos grandes motivos na morosidade destes novos impressos, mas hoje munida destes novos títulos, sonho que a invisibilidade custará a me alcançar, penso que impressos não se perdem com o vento, o que algumas vezes acontece com a palavra falada”, ponderou.

Avanços na carreira
O lançamento não é a única novidade na carreira de Luz Ribeiro, que no último dia 23 estreou um capítulo na série Bravos, na TV Brasil, onde conta sobre medos, anseios e lutas diárias transformados em poesia.

Além disso, em maio deste ano, Luz Ribeiro representou o Brasil na Copa do Mundo de Poesia Oral na França. Luz Ribeiro é também membro dos coletivos Slam das Minas – SP, com batalhas de poesia falada apenas para mulheres e Poetas Ambulantes, que levam poesias aos transportes públicos de São Paulo.

Luz Ribeiro também iniciou um projeto de poesia e afro afetividade com o companheiro, para tratar de poesias de amor. A poeta, que também é atriz, é membro do grupo Legítima Defesa, um coletivo de teatro composto por atrizes, atores e performers negros.

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